À 5ª FEIRA
Por: Afonso Brandão
Estamos em pleno Século XXI. Para aqueles que tiveram a felicidade de chegar a esta curva da vida vindos do Séc. XX, acabam por constatar que viveram no tempo em que o progresso técnico, material, económico e social foi espectacular (apesar de tudo e da Pobreza existente).
Mas há o reverso da medalha. Se, por um lado, o Séc. XX foi (e é) o «século das luzes», por outro lado, nunca, como hoje, nem no tempo das duas Guerras Mundiais, a Humanidade se sentiu tão ameaçada na destruição e na morte.
Se já não bastasse o aparecimento de tantas e tantas doenças, algumas ainda desconhecidas a que o homem se sente incapaz de lhes dar resposta, surge o problema da droga que, agora, apesar de ser severamente combatido, está ao alcance de todos, destruindo, assim, a pouco e pouco, toda a Humanidade.
É o homem a destruir o próprio homem a troco de meia dúzia de patacos.
O caso da droga é um crime que lesa a Humanidade e que tem de ser combatido por todos os homens que prezam ser homens.
Devem ser combatidos por todos os governos das nações, não pode ser só pelo governo da Colômbia.
Por todas as organizações sociais e humanitárias, através de uma guerra aberta e sem tréguas.
Não podemos ficar insensíveis à destruição da nossa juventude. Não podemos ficar insensíveis ao espectáculo degradante que todos os dias se depara aos nossos olhos, nas nossas escolas, nas nossas cidades e, também, já nas nossas províncias. Autênticos cadáveres ambulantes que se cruzam connosco, criando um ambiente de arrepiar e de meter dó. Famílias inteiras destruídas.
A droga, neste momento, mata mais gente que a 2ª Guerra Mundial matou e destruiu. Temos que ter coragem.
Contra os traficantes devemos actuar sem contemplações, sem dó nem piedade. Contra os consumidores, actuar com humanidade na perspectiva de que possam arrepiar caminho e consigam recuperar o seu próprio destino.
Ao lutar contra a droga e contra o crime, estamos a construir a Paz e a evitar a destruição da Humanidade.
Não queremos que os nossos netos, no Futuro, nos peçam responsabilidades por não termos sabido estar à altura da hora presente.
É pena que tenhamos de fazer este apelo ao Governo:
--- Precisamos de mais hospitais, porque Moçambique está doente.
--- Infelizmente, precisamos de cadeias (e muitas), para que Moçambique não seja, em breve, totalmente amordaçado.
Contra o crime, marchar, marchar.
--- Precisamos de um Ministério da Família que defenda os valores reais da Família na sua máxima dimensão e que bata o pé a esses "fedelhos" políticos da nossa praça pública, "meninos de bem", que não sabem o que querem e muito menos não sabem o que dizem. De um Ministério da Saúde à altura; de um Ministério da Justiça a funcionar em pleno! De um Ministério da Juventude e Desportos objectivo e com energias redobradas e, também, de um Ministério da Educação a funcionar a cem por cento.
O Povo Moçambicano não se revê em projectos de liberalizações da droga, de uniões de facto (mas o que é isto?!?), em projectos de liberalizações e "legalização" da homossexualidade --- a aberração humana ---, e em outros projectos que não tem outro objectivo que não seja a destruição da Família e a degradação moral da Sociedade.
Senhores Deputados,Senhores Políticos, Governantes do meu País: preocupem-se antes por fazer leis que matem a fome ao Povo Moçambicano.
Preocupem-se por fazer leis que acabem com o Desemprego (em Moçambique o número chega a atingir os 97% de desempregados, o que é verdadeiramente assustador!).
Não se esqueçam que Moçambique é grande e tem cerca de 22 milhões de habitantes (os resultados do último Censo assim o atestam).
Preocupem-se, pois, por fazer leis que combatam o crime na sua generalidade.
Aumentem os vencimentos dos Agentes de Autoridade, para que não sejam eles próprios, a Polícia, «a cometerem crimes hediondo», que é o que vem acontecendo ultimamente entre nós, com a própria Polícia directamente envolvida na maioria dos raptos ocorridos em Moçambique.
Dêem condições merecidas e justas a quem cuida da nossa tranquilidade e bem-estar público --- que são os Polícias.
Que todas as profissões sejam, enfim, remuneradas condignamente e que as pessoas possam acreditar no País em que vivem e para o qual procuram valorizar e engrandecer nas mais dieversas áreas profissionais e sociais.
Somos de opinião que os Médicos, os Enfermeiros, os Professores, os Gestores, os Empregados de Mesa, os Funcionários Públicos, os Empregados dos Bancos, das Repartições do Estado ou Empresas Privadas, sem excepção, VALORIZEM OS SEUS TRABALHADORES, o seu pessoal efectivo. Pensamos que todos merecem e devem ter vencimentos justos e não precários e insuficientes, como acontece com a maioria dos nossos trabalhadores. É por isso que somos um País cheio de roubos, de esquemas forjados por debaixo da mesa, a "respirar" corrupção por todos os poros... da política oportunista de que «uma mão lava a outra»... Até quando, Senhores?!...
Desde que somos um País Independente nada mudou, bem pelo contrário, tudo ficou «mais refinado»!!!... E já lá vão 39 anos...
O nosso País em nada sai beneficiado com este estado de coisas, pois dá uma péssima imagem de si própria à Comunidade Internacional, aos Cooperantes Estrangeiros que vivem e trabalham em território nacional, ao Povo Moçambicano, numa palavra.
A melhor arma para combater o crime é fazer leis sociais e laborais dignas que levem o Povo Moçambicano a criar riqueza e a viver em paz. Basta de miséria e sofrimento!
Se é loucura lutar pela defesa integral do homem, sejamos todos loucos. «E que a merda deste País nunca mais se endireite!» --- como afirmou há dias um conhecido político da oposição.
Mais comentários... para quê?!...
O AUTARCA– 28.11.2013