As provas da eleição fraudulenta do candidato do partido Frelimo, Américo Assane Adamugi, bem como do seu partido, no município de Angoche (Nampula), continuam a chegar. O Canalmoz publicou ontem cópias de boletins de voto que foram interceptados pelos fiscais da ASSEMONA.
Estavam com os membros Naido partido Frelimo, que iam enchendo nas urnas. Hoje trazemos outras evidências da fraude. Cidadãos com múltipla inscrição e que teriam votado mais de uma vez a favor da Frelimo e do seu candidato.
A ASSEMONA já denunciou a fraude eleitoral aos órgãos eleitorais.
Na carta denúncia enviada aos órgãos eleitorais pela ASSEMONA, a organização ajuntou cartões de eleitores que comprovam a dupla inscrição de muitos munícipes, ajuntou os boletins de voto inter ceptados com membros do partido Frelimo e descreveu toda a situação que se passou no dia da votação.
Eis a parte essencial da carta enviada à CNE e anexadas às provas:
“Em todas mesas de votação, os eleitores membros da Frelimo foram permitidos que votassem mais de uma vez, isto é, acto este condenável nos termos do artigo 198 da Lei 7/2013 de 22 de Fevereiro.
Isto foi facilitado pelo Administrador Eleitoral, os presidentes das mesas, em conexão com os membros da PRM. Neste aspecto, a título de exemplo todos envelopes de votos especiais dos membros de mesa, na altura de escrutínio tiravam 10 a 15 boletins em cada envelope.
Todos presidentes das Mesas de voto rejeitaram as reclamações apresentadas pelos delegados de candidatura de partidos e grupos de proponentes concorrentes (MDM
e ASSEMONA) respectivamente.
Os delegados de candidatura da ASSEMONA, grupo de proponentes que concorreu com apoio dos eleitores em forma superior do Partidono Poder (Frelimo), na cidadede Angoche, foram torturados pelaFIR e PRM e na sua maioria foramrecolhidos para as celas e devolvidosàs mesas pela Polícia e obrigadosa assinarem os editais, à força.
Os delegados de candidatura eram proibidos consultar os cadernos de recenseamento porque, os presidentes permitiam votar indivíduos que não constavam nos cadernos desde que os conhecessem como membros da Frelimo;
Não eram mergulhados na tinta indelével, os dedos dos eleitores membros da Frelimo, na sua primeira votação;
Nenhuma mesa de votação iniciou escrutínio, sem primeiro lançar-se gás lacrimogéneo e disparos de armas de guerra.
Angoche ontem (n.d.r.: quarta-feira) era autêntico Muxúnguè ou Santugira, principalmente nas Assembleias de voto de Inguri, Farlahi, Emopesca, Tamole e Eduardo Mondlane;
O Senhor Administrador Eleitoral Distrital escoltado pela Polícia, transportava no seu carro boletins pré-votados, a favor da Frelimo e seu candidato, chegado nas mesas que visitou todas elas existentes na autárquica, introduzia nas urnas os boletins e depois de atormentar os delegados da oposição.
Maior número de eleitores não exerceram o seu direito de voto, porque eram devolvidos nas mesas, alegadamente porque não constavam seus nomes no caderno de recenseamento e depois de confirmarem o seu nome na cópia do caderno do recenseamento que ficava com 2º escrutinador;
Foram transportados milhares de cidadãos, residentes nos distritos circunvizinhos: Moma, Mogincual, Mogovolas e dos postos administrativos e localidades fora da autarquia para a Cidade de Angoche, para votar a favor do partido Frelimo e seu candidato;
Em todas as mesas de Assembleia de voto, os votos expressamente válidos pertencentes a Frelimo e seu candidato, têm a irregularidade de não pertencerem todos a mesma série.
No caderno de recenseamento eleitoral da Assembleia de voto, nᵒ 03006103, de Murrua cerca de 300 nomes de eleitores repetidos”. (Borges Nhamirre)
CANALMOZ – 22.11.2013