Revelação de Teodato Hunguana, um dos integrantes da comitiva das negociações dos AGP
Teodato Hunguana considera que a actual crise político-militar radica dos AGP, não nas suas imperfeições, mas nas deficiências na sua implementação
Teodato Hunguana, um dos integrantes da comitiva do Governo moçambicano para as negociações dos Acordos Gerais da Paz (AGP), revelou, ontem, em Maputo, durante uma Mesa Redonda organizada pela CEDES, uma organização não governamental moçambicana, que a Renamo não forneceu a lista dos seus especialistas em guerrilha para a sua incorporação no exército, no âmbito dos Acordos de Paz, mas “um efectivos de milicianos”.
«Para a melhor compreensão, é preciso lembrar que o grosso do efectivo apresentado pela Renamo era composto por milicianos, os chamados “majuba”, tendo ficado fora do sistema os especialistas em guerrilha.»
Hunguana esclareceu que há duas coisas diferentes quando se fala da gestão da paz: “uma é a gestão da paz e a outra é a gestão dos Acordos Gerais da Paz”. A gestão da implementação dos AGP foi feita por mecanismos e instituições criadas para o efeito, nomeadamente, uma Comissão de Supervisão e Controlo, composta pelo Governo, a Renamo e pelas Nações Unidas. Esta gestão dos AGP conheceu o seu término com o encerramento dos ciclos de implementação dos acordos que culminaram com as eleições e a tomada de posse do Governo eleito em 1994. Em relação à gestão da paz, como tal, Hunguana explicou que esse processo tem que ver com a forma como todo os moçambicanos, o governo, a sociedade civil e os partidos políticos preservam e consolidam essa paz.
O PAÍS– 28.11.2013