AS INCONGRUÊNCIAS ANQUILOSADAS Por: Gama Fenita
À excepção de microscópicos trechos, pode-se dizer, sem receio de qualquer desmentido, que substância das recém reabilitadas ou resseladas artérias citadinas estão (já!) a ser objecto de uma nova demão de asfalto ... Facto que configura o sempiterno problema de qualidade versus “deixandarismo” que continua a beneficiar da costumeira inércia das acção fiscalizadora.
ÁGUA EMUDECE NAS TOR N E I R AS MAS AS FACTURAS EXTRAPOLAM SEM
CONTEMPLAÇÕES!
Ao contrário do que os respectivos responsáveis propalavam ostensivamente há um ano, ao anunciarem a implementação de importantes e consistentes alternativas para a equação do flagelo da água que eclode incontornavelmente no estio, a população da cidade de Nampula foi este ano confrontada de forma atroz com o dilema que atingiu, sublinhe-se em abono da verdade, proporções absolutamente inéditas.
Este ano de 2013 ficará, sem dúvida, na memória dos munícipes de Nampula como o mais conturbado em termos de qualidade de vida. Pois que, depois, de inalarem vagas sucessivas e maciças de poeiras derivadas das actividades de saneamento e de vias de acesso, agora são constrangidos a consumir água de poços desprovidos de um mínimo de condições higiénicas, portanto imprópria para o consumo humano.
Diariamente, desde ao amanhecer até ao anoitecer, tornou-se comum nos diversos espaços da cidade de Nampula e respectiva periferia o entrecruzado rebuliço de homens, mulheres e crianças a pé ou em carrinhas e bicicletas, ajoujados dos mais variados recipientes à busca do precioso líquido que, há muito, deixou de jorrar nas respectivas torneiras, muito embora as facturas do FIPAG continuem, paradoxalmente, a ser emitidas e, não raras vezes, com valores enigmaticamente exorbitantes…
Muitos munícipes que, desesperados com o estranho colapso que, no seu entender, não tem merecido um esclarecimento coerente por quem de direito, têm afluído à Redacção do nosso Jornal para questionarem porque, este ano, o angustiante cenário não foi atenuado através da estratégia de rotatividade racional utilizada em anos anteriores, em que, os níveis da albufeira também eram escassos, não se registavam as actuais clamorosas assimetrias na distribuição do precioso líquido? Asseguraram-nos, a propósito, que, enquanto umas zonas são privilegiadas sistematicamente, outras têm sido infernizadas por longos períodos. Incongruência que, aliás, prevalece, a despeito das chuvas que começaram a fazer-se sentir.
WAMPHULA FAX – 26.11.2013
NOTA:
Continuem a votar nos mesmos…
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE