Dhlakama tinha razão
O esperado acabou por acontecer. A Frelimo “ganhou oficialmente” as eleições em Mocuba e Gúruè na província da Zambézia, via Secretariado Técnico da Administração
Eleitoral (STAE). O Canalmoz noticiou oportunamente que estava a decorrer a viciação de votos em Mocuba, na província da Zambézia.
Segundo uma fonte do STAE, quando o processo estava quase que terminado a vantagem era do candidato do MDM, Fernando Pequenino, com 10.630 votos, contra 10.090 da candidata da Frelimo, Beatriz Gulamo. Dia depois da votação e quando estavam a ser anunciados os resultados, quadros do STAE instruíram jornalistas da TVM e da RM para não anunciarem os resultados. Um jornalista de um órgão público informou ao Canalmoz que os quadros do STAE estavam a “ajustar os resultados.”
Após ter ficado dois dias sem anunciar os resultados, o STAE apareceu a informar que a candidata da Frelimo já estava à frente da contagem com um voto a mais.
E como a “vantagem” era mínima, era preciso ir-se à requalificação dos votos nulos, isto já aqui em Maputo. Criou-se muita expectativa em volta da requalificação.
Para a surpresa de todos, a requalificação de votos desta autarquia foi a que mais diferença, em termos numéricos, registou entre os candidatos e os seus respectivos partidos.
Dos 73 votos requalificados, 66 são da Frelimo e sete do MDM, dum total de 501 votos nulos enviados das assembleias de voto.
Beatriz Gulamo, da Frelimo, obteve 80, dos 81 votos requalificados, contra 1 (um) de Fernando Pequenino, num total de 576 votos rejeitados nas assembleias de voto. Assim,
A Frelimo e sua candidata venceram eleições “ajustadas” pelo STAE.
Cenário idêntico em Gúruè
A par de Mocuba a autarquia de Gúruè é outra que guardava enormes expectativas, mas a maior dos votos requalificados beneficiam a Frelimo e o respectivo candidato.
Dos 56 votos requalificados, 39 são da Frelimo e 17 do MDM, num total de 288 considerados nulos nas assembleias de voto.
Jahunguir Jessub, da Frelimo, somou mais 31 votos, contra sete de Orlando António, dos cerca de 328 nulos enviados das assembleias de voto. (André Mulungo)
CANALMOZ – 29.11.2013