PELO menos 40 civis foram mortos na quarta-feira, Dia do Natal, num ataque à aldeia de Kamango, no leste da RD Congo, informaram fontes da sociedade civil da província do Kivu-Norte, que responsabilizam rebeldes ugandeses pela acção.
“Até esta manhã (quarta-feira), encontrámos mais de 40 corpos - todos de civis - nas latrinas. As equipas da Cruz Vermelha e da Polícia estão à procura para ver se encontram outras vítimas", disse à AFP, Teddy Kataliko, presidente da sociedade civil do território de Beni, onde se situa Kamango.
A mesma fonte acrescentou que cerca de dez pessoas ficaram "gravemente feridas".
Na quarta-feira de manhã, o responsável avançara um balanço de "dez pessoas raptadas, onze civis feridos, cinco militares feridos e vários mortos do lado dos civis, assim como muitas casas incendiadas", depois de homens armados tomarem Kamango, pouco protegida pelo Exército regular.
Durante a tarde, helicópteros sul-africanos da brigada de intervenção da ONU alvejaram as posições dos atacantes e, ao final do dia, o Exército retomou o controlo da localidade.
“Os helicópteros sul-africanos da força de intervenção da ONU foram requisitados pelas FARDC (o Exército da RD Congo) para dar apoio na recuperação de Kamango”, disse um alto responsável da missão da ONU no local à agência noticiosa francesa AFP.
A sociedade civil do Kivu-Norte (associações, organizações não governamentais, sindicatos, entre outros) afirmou que os autores do ataque eram rebeldes ugandeses das forças aliadas democráticas - Exército Nacional para a Libertação do Uganda (ADF-Nalu), associados a militares ugandeses.
A afirmação não foi confirmada por outras fontes, sublinha a AFP.
O ADF-Nalu ataca no norte do Kivu-Norte. Actualmente composto apenas por islamitas, o grupo é dirigido desde 2007 por Jamil Mukulu.
Em 2001, os EUA colocaram o grupo na lista de organizações terroristas e Jamil Mukulu é alvo de sanções da ONU desde 2011.
NOTÍCIAS – 27.12.2013