A Administradora do Distrito de Moatize, Elsa Da Barca exige que o editor e proprietário do jornal MALACHA, Aparício Do Nascimento, recolha todos os exemplares de jornais vendidos desde a segunda-feira na Vila de Moatize e Cidade de Tete cujo destaque é a verídica informação da presença de homens armados da Renamo nos povoados na Localidade de Nkondedzi à norte deste Distrito de Moatize, edição 115 de 20 de Janeiro. Esta ordem é impossível é absurda. A ordem da recolha dos jornais foi transmitida pelo seu chefe do Gabinete, João Paulo Da Graça, esta manhã, 22 de Janeiro de 2014.
Vamos aos pormenores das ameças:
Na terça-feira, Elsa Da Barca, ligou para o editor por volta das 17 horas a protestar a publicação da informação sem no entanto ela ter sido consultada. Na ligação, a Administradora reconheceu que a informação é verdadeira e ficou surpreendida porque, conforme disse, o Governador de Tete, Paulo Aude, solicitou os jornalistas dos órgãos tidos como séniores da Província para pedir a não publicação da informação. Os jornalistas deviam esperar que fossem convocados para uma conferência de imprensa sobre o assunto. Naquele encontro, não foram chamados os repórteres da Rádio Sirt da Cidade de Tete e jornal Malacha de Moatize.
A Administradora reconhecendo a logicidade da informação, disse que o editor tinha que avaliar a dimensão da informação. Este facto que não tem nada a ver, porque o jornal é independente pelo que dependia do editor comunicar ou não a Administradora.
Na quarta-feira, 21 de Janeiro, Elsa Da Barca ligou por volta das vinte e uma horas para o colaborador do Jornal, Fungai Caetano solicitando a presença dele e do editor, com urgência, naquela noite. O editor disse ao seu colaborador que não seria possível porque se encontrava doente.
Nesta manhã, 22 de Janeiro, a Administradora mandou o seu chefe do Gabinete para solicitar ainda com urgência o editor. Aparício Do Nascimento respondeu a chamada dizendo que não seria possível porque estava doente. Chateado, o editor enviou uma sms afirmando que iria abandonar o Distrito e procurar emprego na outra Província devido as ameaças.
Pouco tempo depois, o editor levou toda a sua familia, esposa e dois filhos um dos quais com apenas três semanas de vida para o Governo Distrital ir ouvir a preocupação da Administradora. Chegado na Administração, o Chefe do Gabinete disse que ela teria viajado para a Cidade de Tete, mas a informação principal foi de exigir a recolha de todos os jornais já vendidos e levá-los para o Gabinete dela, para o quê? não disse.
“Eu apenas estava cumprir a missão ou ordens superiores. Ela me disse para informar o sr. Aparício para recolher todos os jornais vendidos e trazé-los no gabinete, o resto é com ela”, disse.
Num clima de nervosismo o editor disse que em nenhuma parte do mundo já aconteceu e que não é uma tarefa possível. Ademais, questionou sobre a informação que já consta no site (na internet).
Ontem, 21 de Janeiro, a Rádio Sirt um dos órgãos excluído pelo governador para proibir a publicação, enviou um repórter à Nkondedzi para avaliar o clima, o que confirmou o abandono da população e a existência de homens da Renamo isso, em directo.
Ainda na noite de ontem,21 de Janeiro, a Rádio Moçambique destacou a existência de homens armados em Nkondedzi no jornal da noite que vai ao ar as 19h:30 minutos.
Dai, surge a pergunta: Qual é o principal objectivo da Administradora face a uma informação verídica. O jornal independente de Moatize não podia reportar assunto daquele nível, facto que já se falava de boca em boca?
No posso ponto de vista, o Governador de Tete foi mal assessorado ou traído porque no tempo de Ratxide Gogo, antido Governador de Tete, em caso de um evento o jornal Malacha era convidado. Não só, a Administradora sabia daquela solicitação mas, não comunicou o jornal com sede no seu próprio Distrito como réplica e, muito menos ao chefe da Localidade de Nkondedzi para não divulgar nada à imprensa.
Esperemos o que vai acontecer desta absurda ordem como se fosse dona do Jornal!!!