Dois ataques a coluna militar de viaturas fizeram cinco feridos durante a passagem do ano em Muxúnguè, Sofala, centro, palco de confrontos entre exército e homens armados, disseram hoje à Lusa várias fontes.
"As duas primeiras colunas foram atacadas por homens da Renamo na terça-feira. Muitas pessoas desistiram de atravessar o troço Save-Muxúnguè no dia, embora as viaturas estivessem a ser escoltadas por boinas vermelhas, e se acumularam na vila (Muxúnguè)", disse à Lusa Ismael Sulemane, um morador.
"Foram dois ataques, um no dia 31 de dezembro e outro a 1 de janeiro, mas sem mortes", precisou José Luís, pároco de Muxúnguè.
Uma fonte médica do Hospital Rural de Muxúnguè confirmou a entrada de vítimas do ataque, que tiveram um "tratamento ambulatório".
Os ataques visaram os carros militares, que escoltavam as colunas de viaturas na estrada nacional um (N1), a principal do pais, no troço Muxúnguè-Save, o mais atingido pela tensão político-militar na região.
Os homens armados, ligados à Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), a quem são atribuídos os ataques, abriram uma segunda trincheira, que corta a estrada, para imobilizar as escoltas de viaturas.
Na primeira trincheira, aberta em novembro passado, foi montada uma posição militar, mas "não tem conseguido travar" os ataques de colunas, iniciados em abril, em protesto contra a "ditadura implantada" pelo Governo e a falta de consenso sobre a lei Eleitoral.
Moçambique vive o pior momento de tensão político-militar após a assinatura do acordo de paz, em 1992, que pôs fim a guerra civil dos 16 anos, entre o governo e a Renamo.
Lusa – 02.01.2014