O governo desmente que tenha atribuído à empresa britânica Lonrho a exclusividade da pesca de atum na zona económica exclusiva de Moçambique, por um período de cinco anos. O desmentido foi feito recentemente pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Gabriel Muthisse, que há cerca de três meses ocupava o cargo de vice-ministro das Pescas.
Gabriel Muthisse, que recentemente esteve na província de Nampula em cumprimento de um programa de visita as infra-estruturas económicas de transporte aéreo e portuário em fase de construção, reabilitação e ampliação, desmentiu a informação que circula na imprensa internacional de que o governo teria autorizado à mencionada empresa a captura de 12 mil toneladas de atum por um período de cinco anos.
Até à altura que sai do Ministério das Pescas para assumir as novas funções de ministro no pelouro dos Transportes e Comunicações, não haviámos ventilado a hipótese da atribuição de exclusividade para a captura de atum a qualquer empresa ou investidor interessado e muito menos a Lonrho –afirmou ogovernante, sublinhando que até hojenunca houve progressos relativamente àconcessão de exclusividade à empresaspara a captura de atum. No momento certo o governo irá tomar a decisão que julgar adequada sobre essa matéria- clarificou Gabriel Muthisse.
No entanto, nos comunicados que tem vindo a divulgar à escala planetária através da comunicação social ocidental, a Lonrho refere que a captura de atum estaria a responsabilidade de uma sua subsidiaria denominada Oceanfresh Seafood.
E, sem divulgar o valor da suposta concessão, a Lonrho revelou, num comunicado divulgado em Londres há cerca de três meses que é a primeira vez que o governo moçambicano atribui direitos de pesca por um período superior a um ano.
Tal facto, segundo ainda o comunicado, coincide com a melhoria dos armazéns de frio e outras facilidades de que, supostamente a Lonrho beneficia, neste momento, no porto de pesca de Maputo, onde a intenção daquela firma britânica consiste em fazer um forte investimento com vista a redimensionar as suas infra-estruturas, dotando-as, em consequência, de maior capacidade de processamento de pescado, no caso vertente do atum.
Nas águas de Moçambique, que é banhado pelo Oceano Índico, encontram-se algumas das espécies de atum com melhor qualidade e que são pescadas entre Novembro e Maio, destinados, principalmente, ao mercado japonês para a confecção de uma iguaria mais conhecida por sashimi. Os Estados Unidos da América constituem outro mercado preferencial de atum, sobretudo para as pescarias feitas entre Junho e Outubro.
WAMPHULA FAX – 30.01.2014