NO TERRÍVEL TROÇO MUXÚNGUÈ/SAVE
Ao longo desta semana emergiram elementos adicionais considerados “ilustrativos” de um novo clima de boa vontade estabelecido entre o Governo e a Renamo (Cm N.° 4252, págs. 1 e 2), tendo em vista a resolução da actual crise político-militar em Moçambique, a saber:
a) O Governo adiou de 30 de Janeiro para 15 de Fevereiro o início do recenseamento eleitoral antecedente das eleições gerais de 15 de Outubro de 2014, alegadamente a pedido da Renamo, com o fim de dar tempo a uma melhoria do actual clima, capaz de refazer um empenhamento seu no processo);
b) Em tom conciliador, em Addis Abeba, onde participa numa cimeira da União Africana (UA), o Presidente Armando Emílio Guebuza, manifestou, num encontro privado com a comunidade moçambicana local, o desejo de que a Renamo participe nas próximas eleições, abandonando o velho discurso segundo o qual “a participação em pleitos eleitorais é de carácter voluntário”.
c) Abrandaram notoriamente (ou quase cessaram) as acções armadas da Renamo no troço da EN 1 entre Muxúnguè e o Rio Save; com o propósito de vincar um ambiente de “normalidade e concórdia”, Afonso Dhlakama tenciona mesmo propor ao Presidente Guebuza uma retirada do oneroso e até embaraçoso dispositivo militar para ali mobilizado pelas FADM com o fim de escoltar colunas;
d) Depois de o Presidente da República ter almoçado na passada segunda-feira com um número restrito de responsáveis dos principais órgãos de Comunicação Social de
Moçambique num restaurante em Maputo, o secretário-geral da Renamo promove, esta sexta-feira, numa das casas de pasto na capital, um encontro informal com jornalistas cuidadosamente seleccionados, presumivelmente destinado a reiterar o “novo espírito” antes igualmente transmitido por Guebuza.
CORREIO DA MANHÃ – 31.01.2014