Unay Cambuma
¤ A superior coragem de Afonso Dlhakama
Não tenho detalhes sobre o historial dos objectivos estratégicos que nortearam esta grandiosa batalha apenas vou me centrar no testemunho de um dos participantes, o ex-comandante Avelino. Depois de incendiarem completamente a Serra com fogo devastador de artilharia de saturação BM-21 Katiusha e seguida de uma tentativa de escalar a montanha e uma batalha campal na zona de Satungira em 1979, em que morreram 50 homens da Renamo contra cerca de 1000 das forcas populares da Frelimo fplm, de acordo com o relato do deputado Pondeca a um jornal em anos recentes e não 560 como postei anteriormente, os guerrilheiros da renamo transferiram temporariamente a sua base central para Sitatanga-2, na província de Manica. Quando o governo de Samora Machel tomou conhecimento da existência da base, organizou uma operação de grande envergadura em 1981, comandada mais uma vez por Sebastiao Mabote, que era o "cão de caça" de Samora.
Participaram na operação tropas combinadas das forcas populares de libertação de Moçambique (fplm) e unidades especiais das forcas revolucionarias cubanas. Na hora indicada, as unidades de artilharia iniciaram com o bombardeio das posições das perdizes usando sobretudo katiushas. Durante a chuva de obuses e estrondos, a Renamo manteve-se sem ripostar ao fogo. Terminado o bombardeio as unidades começaram a ofensiva. Quando o inimigo estava dentro do alcance das suas armas, as perdizes abriram fogo. O combate prolongou-se durante todo o dia e nalgum momento da batalha as tropas cubanas alcançaram o topo da base e ficaram frente a frente com Dlhakama mas foram liquidados a tiros de pistola, um outro grupo de cubanos foi atingido com de bazuca disparado por um adolescente.
Disseram que os cubanos haviam sidos enganados por Samora, dizendo o grupo da Renamo em Sitatonga não tinha armas adequadas, apenas dispunham de alguns canhangulos e arco e flechas, supostamente porque muitas armas haviam sido destruídas na Serra de Gorongosa. Portanto, a intenção dos corajosos cubanos era de pegar Dlkhama à mão. Durante todo o combate, o comandante Dlhakama corria de um lado para o outro com uma pistola na mão e a gritar ordens de batalha. Toda as laterais da sua colete/jaqueta foi furada por balas. Por volta do meio dia vieram os migs-17 bombardear o topo da Serra. Mas os supersónicos migs soviéticos precisavam de saber onde bombardear ou por outra, onde se encontram as tropas amigas. As tropas de Samora dispararam para o ar sinalizadores "very light" para orientar os migs e o comandante Dlhakama também dispara very light. Os migs ficam as voltas para tentar entender quem é quem durante alguns minutos. As faplm insistem com mais alguns very lights o que é imitado por Dlhakama e os migs, confundidos, tiveram que voltar a base. Já por volta das 16-17 vieram 6 helicópteros mi-8/17 e quando se aproximavam Dlhakama mandou as suas tropas descerem para o outro lado da montanha e se entrincheiraram em novos locais incógnitos.
Os helicópteros sobrevoaram a montanha e dispararam alguns foguetes e não vendo nenhum sinal dos guerrilheiros, os helicópteros aterram e levaram os cubanos mortos e feridos. As tropas de Samora aproveitaram a oportunidade e também alcançaram a base onde queimaram as barracas da guerrilha. No dia seguinte tentaram descer a encosta contraria para fazer uma perseguição e foram trucidados. Durante duas semanas, todas tentativas de tomar o reduto das perdizes foram repelidas e por fim Sebastião Mabote, que supostamente trazia consigo uma urbana onde entraria ou o cadáver dele ou o do Dlhakama, escreveu uma carta reconhecimento a "superioridade militar e grande coragem" da guerrilha. E foi a partir do fracasso da grande batalha de Sitatonga que Mabote perdeu a confiança de Samora Machel. Seguiu outra batalha que não chegou a ser uma grande batalha porque não houve grande confrontação porque a Renamo havia se retirado com antecedência mas na pressa deixou no terreno muitas armas pesadas e bens diversos. Os zimbabweanos incineram a base com tambores de gasolina lançados de helicópteros. Mas um ano depois as perdizes retomaram a base e a brigada que guarnecia o local e que era comandada por major Cachaço foi na prática destrocada e a Renamo capturou todas as armas pesadas incluindo alguns blindados. Varios soldados morreram afogados quando tentavam atravessar o rio Nhadugue, que esta cheio naqueles dias.
Foi uma grande perda militar. Mas as perdizes já tiveram um grandioso fracasso militar uma delas numa grande base situado na outra margem da fronteira com a africa do sul. Embora as fadm tivessem sustentado grandes baixas, a base foi assaltada e as perdizes foram destrocadas, pois, nao esperavam que as fadm usassem katiushas num pais vizinho e a base, que estava numa simples planície como que um game park, foi vaporizada com tiros certeiros katiushas. Eles também tiveram os seus momentos tenebrosos.
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