Ecos da abertura da III Sessão do Comité Central
Dois dias depois de terem dado um verdadeiro “puxão de orelhas” ao Secretariado da Frelimo, dirigido por Filipe Chimoio Paunde, a Associação dos Combatentes de Luta de Libertação Nacional (ACLLN) voltou, ontem, a mostrar-se como um órgão que não se deixa levar pelo slogan da unanimidade e da chamada “disciplina partidária”.
Ontem, na abertura da III Sessão do Comité Central do partido no poder, a ACLLN foi o único órgão social do partido que, de forma frontal, subiu ao pódio para criticar aquilo que chamou de “perigos à unidade nacional”, assim como perigos ao desempenho triunfal da Frelimo.
Os perigos, segundo a ACLLN, tem a ver com a existência, no seio da Frelimo, de atitudes e comportamentos considerados “racistas e regionalistas”. Estes comportamentos, segundo os combatentes estão no seio da própria Frelimo e se alastram até a gestão e funcionamento de instituições públicas. Nestas instituições, denunciam os antigos combatentes, estes comportamentos manifestam-se até na indicação ou colocação e arrumação de quadros de acordo com a irmandade regional que os funcionários tem com as estruturas de chefia.
“Alguns, usando critérios de terra de origem chegam a usar, nos postos de trabalho, termos como walekaya, muatumuno…” – denunciou a ACLLN, na voz de Fernando Faustino, Secretário Geral deste organismo.
Este tipo de comportamento, acrescentou Fernando Faustino, “constitui terreno fácil para a infiltração do inimigo no nosso seio. Portanto, é preciso um combate cerrado porque mina a nossa unidade.
Devemos tirar isso do nosso meio, todas as atitudes e práticas discriminatórias e divisionistas e substituí-las pela unidade nacional”- anotou.
MEDIAFAX – 28.02.2014