Dezenas de militares moçambicanos terão ficado feridos na segunda-feira em confrontos com homens armados ligados à Renamo disseram hoje à agência Lusa fontes locais.
O confronto começou quando a guarda do líder da Renamo "repeliu um avanço" do exército, na serra da Gorongosa, onde se supõe esteja Afonso Dhlakama, tendo os combates estendido-se até à vila, na perseguição aos militares que recuaram.
"Os ataques começaram na zona de Nhataca e Monequera, a 12 quilómetros da vila e, no princípio da noite de segunda-feira, o tiroteio chegou à vila, o que fez com que a população fugisse desnorteada", disse à agência Lusa Daniel Massasse, um morador na zona.
Vários militares feridos deram entrada no Hospital Distrital de Gorongosa, que durante a noite ficou cercado pelo exército. Outros foram transferidos para o Hospital provincial de Chimoio, na capital de Manica.
"Há muitos militares feridos no hospital. A população está toda dispersa porque os combates chegaram a vila da Gorongosa. Os poucos que estão na rua andam assustados", descreveu um jornalista local.
Recentemente, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) acusou o Governo de ter autorizado o lançamento de roquetes para a serra da Gorongosa, onde as autoridades desconfiam que esteja refugiado Afonso Dhlakama, em lugar desconhecido há quatro meses, após o assalto e ocupação da base de Sadjundjira, a 21 de outubro passado.
A serra da Gorongosa, Sofala, centro de Moçambique, voltou a ser alvo de ataques do exército, confirmaram à Lusa vários populares, que asseguram que um contingente militar, que inclui o exército e apolícia antimotim (FIR), reforçou com homens e armas a equipa local, estando a movimentar-se com frequência em direção à serra.
Esta nova ofensiva reacende o conflito político-militar em Moçambique, que já causou dezenas de mortes e milhares de refugiados.
Lusa – 25.02.2014
NOTA:
Afinal o que se discute no Centro de Conferências Joaquim Chissano?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE