Armando Guebuza condecorou, hoje, dezenas de pessoas, entre as quais conhecidos críticos da Frelimo, o partido no poder desde a independência, no dia em que se homenageiam os heróis do país.
Entre os galardoados, estão o antigo bispo da Beira Jaime Gonçalves, cujas posições de discordância com a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) são públicas há décadas, e Raul Domingos, o ex-número dois da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) que, por este partido, negociou com Guebuza, representante do Governo, os acordos de paz assinados em Roma, em 1992.
Ambos foram condecorados com a Ordem do 4 de Outubro, que evoca o dia dos acordos de paz.
O Presidente moçambicano atribuiu o título de Herói da República de Moçambique, a falecidos dirigentes e combatentes da Frelimo, que já eram reconhecidos como tal, muitos deles sepultados na Cripta dos Heróis, em Maputo.
Os antigos combatentes Eduardo Mondlane, Josina Machel, Filipe Magaia, Sansão Muthemba, Milagre Mabote, entre muitos outros, e o poeta José Craveirinha, foram agraciados com o título honorífico Herói da República de Moçambique.
Entre dezenas de condecorados, em várias áreas, foram distinguidos, nas artes e letras, o escritor Luís Bernardo Honwana, o arquiteto Jorge Forjaz, a escultora Reinata Sadimba, o pintor Noel Langa e o músico Venâncio Dilon Djinge.
Moçambique comemora hoje o dia dos heróis nacionais, evocando o assassínio de Eduardo Mondlane, o primeiro presidente da Frelimo, ocorrido há 45 anos na Tanzânia, num atentado atribuído à PIDE-DGS, a polícia política da ditadura portuguesa.
Lusa – 03.02.2014