A estratificação social existente leva certos adversários da Pátria Amada, com apoio de agentes internos que se estendem até á midia, a instigar a diferença tribal, racial, social e económica, usando frustrações e recalcamentos individuais, e de grupos para atacar o princípio da unidade nacional.
Mesmo a própria democracia mostrou que nem tudo termina com as eleições, por haver um quadro de suspeições inculcados de factores de dominação, instigados de forças ligadas a interesses neocolonialistas. A democracia moçambicana é sustentável, embora haja um défice elevado de cultura democrática. Apesar do enorme empenho do governo em educar o cidadão o caminho a seguir contínuo longo e dispendioso. Foram 500 anos de dominacão e exploração de gente africana.
Moçambique e os moçambicanos desejam paz, por isso deixam a desejar os valores de violência encarnados por Afonso Dlhakama com o seu terrorismo. Este tipo de visão dantesca não ancora na realidade nacional, e explica o grau de dificuldade da Renamo na transformação em partido político.
A CNE nunca deveria ser uma entidade suspeita. E o regime de proporcionalidade
plasmado constitucionalmente motivo de rupturas que levem a extremar posições, a ponto de se recorrer à violência armada. O partido Frelimo obteve uma maioria absoluta no parlamento; ora uma maioria não significa roubo ou asfixia politica democrática em Moçambique.
Apesar da falta de congruência e dos contratempos no tempo, sem esquecer nunca as mortes prematuras causadas da Renamo, achei sempre que a moderação política iria prevalecer.
Não basta dizer que não podemos ficar reféns do terrorismo. O governo deve deixar-se de secretismos e explicar à Nação todos os contornos do diálogo com a Renamo.
Surpresas desagradáveis serão sempre indigestas, especialmente aquelas com origem de um executivo eleito de uma maioria absoluta.
Só a muito custo pude entender a noção de que se deve acarinhar Dlhakama, apesar dos anticorpos naturais de violência e cisma que traz com ele. O líder da Renamo tem dificuldade de lidar com instrumentos legais que possam desafiar o seu carácter autoritário. Tudo se torna um obstáculo ameaçador, um empecilho a destruir.
Todos têm o direito de sonhar. O líder do MDM é a ultima aposta dos ultracolonialistas portugueses. Aposta daqueles que ainda sonham ver Moçambique dar volta par trás, e cair em suas mãos. O MDM, como instrumento do neocolonialismo, ao realizar colectas de fundos em noites lisboetas, pretende ajudar os seus amigos a reaver parte do quinhão conquistado dos moçambicanos, a independência nacional.
Os moçambicanos não declararam a independência por 38 anos mas para sempre.
As derrapagens da Renamo nos pleitos eleitorais realizados depois de 1994, e a postura titubeante do seu lider deixou-o fora da aposta dos neocolonialistas, mas ao inteirar-se do facto num gesto de desespero e último recurso, este optou pelo terrorismo ao diálogo.
O desespero de Dlhakama é o dinheiro mas não só; sabe que o seu grupo devido à sua postura política antiética corria risco de ilegalização.
O partido Frelimo é plural, vocacionado para o poder com programa de governação a curto e longo prazos. O que nos divide é ínfimo em relação ao que nos une como povo e Nação.
Devemos reforçar a unidade, que é a nossa força ante circunstancialismos atinentes ao processo político, criado daqueles que querem fazer os moçambicanos regredir á era do colonialismo.
Peço a todos os camaradas em especial àqueles economicamente bem sucedidos, para descer alguns degraus e escutarem o bater do coração, e o bater do pulso daqueles que nada têm.
O partido Frelimo deve sempre ser o partido do povo e não somente das elites.
As bases do partido estiveram sempre com o partido, ora os seus anseios não podem ser abandonados, caso contrário esvaziamos o sentido e a dimensão da luta contra a pobreza.
Construímos uma pátria (Pátria Amada) havendo a necessidade em dar continuidade, bastando para isso esforçarmo-nos por ouvir o eco da voz e o sangue dos moçambicanos, sacrificado durante a luta armada de libertação, e que a bandeira nacional simboliza.
Partidos como o MDM ou Renamo são muito assentes numa base étnica, linguístico, cultural, de modo que quando as eleições acontecem e perdem, não é uma organização política que está a ser excluída, mas sim um grupo social, étnico, linguístico e cultural.
Mesmo assim fomos permitindo aos nossos adversários solidificar instrumentos de vozes contundentes contra a democracia, dirigentes e estado de direito; contra o sonho daqueles que pegaram em armas para que a independência fosse a divisa que nos identifica pelo mundo.
Derrotamos o colonialismo e racismo, assim como o tribalismo.
Porquê permitir aos adversários viver a ilusão de um poder reverter a história? Será que adormecemos nas conquistas do então?
Julgávamos que eles estavam todos vencidos mas nem sequer estão convencidos.
Camaradas, toca a acordar porque a luta contínua!
Inácio natividade
JORNAL DOMINGO – 09.02.2014