A TENSÃO continuava viva ontem no município de Refilwe, em Cullinan, leste de Pretória, depois da onda de violência xenófoba ocorrida terça e quarta-feira contra comerciantes somalis e paquistaneses que se viram obrigados a fugir da zona, segundo constatou a PANA no local.
Os moradores daquele município justificam a sua acção de violência contra os estrangeiros, afirmando que os donos das lojas, paquistaneses e etíopes e somalis, nomeadamente, são arrogantes e sem respeito e assassinos.
Desde que começou esta vaga de violência, foram pilhadas e/ou incendiadas pelo menos 65 lojas de estrangeiros.
Segundo a Polícia, os habitantes fecharam todas as estradas conducentes ao município.
Na quarta-feira, uma unidade fortemente armada da Polícia invadiu o bairro para escoltar a retirada de estrangeiros da zona.
Alguns residentes de Refilwe dizem que não querem mais os estrangeiros no seu município.
“Queremos essas pessoas fora das nossas vidas. Eles abusam da nossa hospitalidade”, disse um morador.
Há muitas versões sobre as causas dos protestos, mas todas relacionadas com a morte de um residente local por acção de um lojista paquistanês.
Segundo a porta-voz da Polícia, Marissa van der Merwe, a violência em Refilwe foi provocada pela morte de um menino de 10 anos, supostamente, por um proprietário da loja paquistanês por roubar doces na semana passada.
Van der Merwe disse ainda que um homem paquistanês foi preso quarta-feira por tentativa de homicídio, depois de supostamente atirar em moradores na terça-feira.
"Trinta e uma pessoas foram presas por violência pública, invasão de propriedade privada e posse de bens roubados", revelou.
NOTÍCIAS – 21.02.2014