A chuva que caiu em Cabo Delgado, na última semana, arrastou, segundo dados preliminares do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), mais de mil famílias para a miséria e angústia, sobretudo nos bairros Eduardo Mondlane e Cariacó, na cidade de Pemba, mais de 200 casas foram transformadas em escombros, 730 parcialmente danificadas e quatro mortos.
Até o último domingo (30), no bairro de Cariacó, onde diversas residências, viaturas e outros bens submergiram, havia pelo menos uma família soterrada em resultado do desabamento de uma casa.
Nesta segunda-feira (31), Elizete da Silva Manuel, delegada do INGC, assegurou ao @Verdade que as vítimas continuam desaparecidas, porém, há uma equipa da saúde a trabalhar no local.
A nossa interlocutora o levantamento dos danos continua. Na cidade de Pemba foi aberto um centro de reassentamento no qual se encontram pelo menos 33 famílias. Em Miudumbe, a fúria das águas arruinou a ponte sobre o rio Messalo e, por conseguinte, a comunicação terrestre com os distritos de Palma, Mueda, Nangade e Mocímboa da Praia é impossível. O acesso aos lugares isolados é feito através de três barcos, dois da Administração Marítima e um da Cruz Vermelha de Moçambique (CVM).
Enquanto isso, a edilidade local indica que pouco mais de 60 quilómetros de estradas foram destruídos. Algumas ruas de alguns dos 10 bairros da cidade de Pemba ficaram danificadas em resultado da chuva que caiu ininterruptamente, dia e noite, durante quatro dias.
A Avenida Marginal não foi também poupada pelas águas que escorriam da zona alta da urbe para a Praia do Wimbe, deixando enormes crateras ao longo do seu percurso. Num dos troços, uma faixa de rodagem da Avenida do Chai foi desfeita pelo mesmo fenómeno natural, o que está a dificultar a transitabilidade de viaturas.
@verdade – 31.03.2014
NOTA: A culpa maior não é da chuva: é de quem permitiu o corte do arvoredo existente na zona e a construção de casas.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE