O EMBAIXADOR norte-americano em Moçambique, Douglas Griffiths, defende a necessidade urgente de entender o estado actual das Zonas Protegidas (áreas de conservação) do país para determinar as ameaças à sua biodiversidade.
Para aquele diplomata só assim poderá ser possível encontrar a melhor maneira de reduzir e ou mitigar os respectivos efeitos nocivos.
A pressão sobre o uso da terra e dos recursos naturais tem estado, nos últimos, a intensificar, o que, embora, resulte no crescimento da economia do país, está a resultar no desmatamento, na caça furtiva e degradação do habitat.
Como as florestas foram convertidas em áreas para outros usos, Os números da fauna bravia reduziram, a pressão sobre as áreas e recursos naturais restantes está a aumentar, criando um ambiente propício para uma maior desigualdade económica e conflitos à volta destes recursos limitados.
Douglas Griffiths falava esta semana em Maputo num seminário subordinado ao tema “Ciências de Conservação em Moçambique”, cujo objectivo é preservar a biodiversidade surpreendente do país para as futuras gerações tendo em conta os aspectos como o perigo às espécies (genes, espécies, ecossistemas).
A ecologia, evolução, dinâmica populacional, genética populacional, ecologia comportamental, ciências sociais, medicina veterinária da vida selvagem, biogeografia, antropologia e hidrologia são outros aspectos de relevo a volta da questão da preservação da biodiversidade.
O diplomata reconhece, no entanto, que preservar os locais selvagens para as futuras gerações é uma tarefa muito complexa, na sequência da baixa produtividade agrícola, a sobrepesca e as elevadas taxas de crescimento populacional.
A combinação destes três factores traduz-se na rápida expansão da fronteira agrícola, na redução dos recursos aquáticos e marinhos e em graves ameaças às Zonas Protegidas e aos serviços de ecossistemas.
O embaixador disse, por outro lado, que considerar a conservação como optar entre animais e pessoas é falso, porque a resposta correcta é ambos.
“A conservação pode beneficiar fortemente a todos os moçambicanos”, disse o diplomata, que apontou, a título de exemplo, que os turistas nas praias do Oceano Índico das Ilhas Maurícias contribuem em 11 por cento da economia.
Os parques nacionais na vizinha África do Sul atraem milhões de turistas, e o turismo produz 10 por cento da riqueza daquele país. Esta indústria cria dezenas de milhares de postos de emprego, que são bons trabalhos.
Moçambique tem encantos naturais como são os casos da Reserva do Lago Niassa, onde abunda a diversidade na forma de peixes ciclídeos existentes nas suas águas. A nível daquela área, existe a caverna com pinturas rupestres de animais selvagens.
“Desde os ecossistemas costeiros até aos parques nacionais do interior, Moçambique possui uma rica diversidade natural. Esta riqueza natural não é apenas um tesouro nacional, mas é também património internacional. Cabe a todos nós proteger e gerir adequadamente essa herança”, sublinhou o embaixador, citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).
Estas e outras formas de beleza natural de Moçambique certamente merecem protecção e, para o efeito, deve haver esforços visando entender como as Zonas Protegidas funcionam e operam.
Desta feita, para que os esforços de conservação sejam bem-sucedidos, o embaixador afirma ser importante que as comunidades à volta das Zonas Protegidas também sejam bem-sucedidas.
Nesta ordem de ideias, os actores envolvidos devem planificar e desenvolver programas sustentáveis em conjunto, que sejam propriedade das populações locais e satisfaçam as necessidades das pessoas que vivem dentro das Zonas Protegidas e das suas zonas tampão.
“Queremos criar um ambiente em que a voz da sociedade civil seja ouvida e o seu papel seja claro ao trabalhar em colaboração com o governo, a comunidade de doadores, os académicos e o sector privado”, acrescentou a fonte.
NOTÍCIAS – 24.04.2014