O LÍDER da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido da oposição) acusou em Luanda o regime de ter acabado com o processo de reconciliação nacional, situação que caracterizou como perigosa para os angolanos.
Isaías Samakuva, que falava semana passada numa conferência de Imprensa para apresentar a sua leitura de um encontro com o Presidente José Eduardo dos Santos, salientou que o processo de reconciliação está a regredir.
“A nossa preocupação é que esta regressão está a assumir proporções perigosas que podem envolver o país, outra vez numa instabilidade, e nisto creio não estar a exagerar”, disse Samakuva, de acordo com a agência Lusa.
O líder da UNITA disse que desde 2002, quando terminou a guerra civil angolana, actos de violência política já provocaram a morte de mais de 40 pessoas ligadas à UNITA.
“Parece-nos, na atitude que estamos a observar, que a questão da reconciliação nacional é uma história do passado. Agora estamos a falar de uma paz militar, que tem derrotados e vencedores. Naturalmente, queremos saber qual é a posição real do Governo. É esta? O nosso comportamento também muda”, alertou.
Porque, continuou, “as pessoas se não têm que comer, não podem ter paz. Se não conseguem encontrar hospital para se tratar, não têm paz. O seu salário é pouco, é de miséria. Não têm paz”, disse.
A conferência de Imprensa realizou-se 24 horas depois do Presidente angolano ter recebido, a seu pedido, o líder do maior partido da oposição.
A última vez que o chefe de Estado angolano se reuniu com o líder do maior partido da oposição foi em 2011.
NOTÍCIAS – 23.04.2014