A COMISSÃO Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau publicou na quarta-feira os resultados definitivos das eleições legislativas e presidenciais (primeira volta), ambas realizadas a 13 deste mês e sem qualquer reclamação oficial, anunciou o presidente do organismo, Augusto Mendes.
Os resultados confirmam os números já anunciados, com o PAIGC a conquistar uma maioria absoluta de 57 lugares no parlamento de 102 assentos, e com a corrida à presidência a ser decidida numa segunda volta, em Maio, entre José Mário Vaz e Nuno Nabian.
“Não houve nenhuma reclamação oficial”, referiu Augusto Mendes, citado pela Lusa, tendo acrescentado que o processo eleitoral “decorreu com toda a normalidade e até superou as expectativas”.
Mendes falava na sede da comissão onde foram distribuídos os resultados definitivos para publicação em edital e lidos em voz alta, região por região, pelo próprio presidente durante cerca de uma hora.
De acordo com os números finais, as taxas de abstenção foram as mais baixas de sempre na história do país, com 11,43 por cento nas eleições legislativas e 10,71 por cento na votação para a presidência.
Augusto Mendes confirmou ainda 18 de Maio como a data da segunda volta presidencial entre o candidato mais votado, José Mário Vaz, do PAIGC, e Nuno Nabian, independente que contou com o apoio de figuras do PRS, como o ex-presidente Kumba Yalá.
GOVERNO INCLUSIVO
Entretanto, estão já em curso na Guiné-Bissau contactos para preparar a formação do governo e um novo ciclo político no país, no âmbito dos quais o representante das Nações Unidas, José Ramos-Horta, tem ouvido representantes do PAIGC, PRS e de outros partidos, “mesmo os que não elegeram ninguém para a Assembleia Nacional Popular, mas têm milhares de apoiantes”.
Ramos-Horta defendeu ontem que o novo governo guineense seja o mais inclusivo possível.
“Se houvesse um governo de maior inclusão dirigido pelo partido maioritário talvez pudesse eliminar possíveis descontentamentos e aproveitar todos os talentos políticos e técnicos”, referiu.
“Há compromissos de todos, incluindo das chefias militares com quem também tenho falado, no sentido de continuar o clima de civilidade que caracterizou a primeira volta (presidencial) e eleição legislativa”, sublinhou.
Todos prometem também “honrar os resultados para que a Guiné-Bissau possa ver o governo instalado o mais rapidamente possível, poder começar a funcionar e responder às necessidades do povo”, acrescentou.
NOTÍCIAS – 25.04.2014