A antiga Primeira Ministra (PM) de Moçambique, Luísa Diogo diz ser necessário que o País cresça num quadro onde há respeito pela diferença de opiniões e pontos de vista, e que se privilegie o debate de ideias.
As declarações de Diogo vêm numa altura em que há um esforço da máquina propagandista governamental de forçar uma unanimidade de opiniões em relação a vida do País, em que “tudo parece estar bem”.
Diogo falava esta quinta-feira, à margem da conferência nacional sobre paz e prevenção da violência eleitoral, que decorre em Maputo, sob auspício do Parlamento Juvenil. A governante integrou o painel que tinha como tema: “As mulheres, a agenda de paz e a luta por um Moçambique melhor”.
Sobre a mulher, Diogo disse que à medida que o País vai ficando mais confortável com os recursos domésticos, mais difícil será para Moçambique, implementar políticas económicas e sociais mais ousadas quanto à equidade de género. Diogo defende que as políticas devem tornar a mulher agente activo na sociedade.
A antiga PM acredita que as mulheres jogam um papel importante na construção de Moçambique melhor e neste processo, é preciso aceitar as nossas diferenças e acima de tudo as “diferença de opinião e pontos de vista, aproveitando essas diferenças para enriquecer o conhecimento, o saber”, disse.
A antiga primeira ministra vê as politicas inclusivas como o factor determinante para as mulheres saírem do papel secundário e participarem activamente na construção do País.
“Estas políticas têm de ser tais que retirem definitivamente a mulher da sombra e do silêncio para torná-las agentes activos, poderoso e interlocutor válido no processo de transformação do País”.
“Não basta dizer que a constituição e as leis não são discriminatórias, que as oportunidades são iguais, enquanto na prática não temos a mesma base de partida, pelo que as estratégias têm de ser sensíveis a estes aspectos para acertarmos o passo”.
Diogo reconhece que o País “já deu passos importantes na área do género, no que concerne a política e vida social, porém fundamenta que as mesmas devem consolidar-se sobre uma base económica firme e abrangente.” (Eugénio Bapiro)
CANALMOZ – 04.04.2014