Trecho 3:
Canal – Mas, presidente, o que se está a dizer é que o recenseamento está para acabar e o senhor ainda não se recenseou e assim não poderá candidatar-se. A Frelimo já disse que haverá eleições, quer a Renamo concorra quer não.
O que tem a dizer sobre isto
Dhlakama – Eles estão a brincar. Sem a Renamo concorrer não haverá eleições. Eu garanto.
Canal – Para terminar, uma última pergunta: os ataques das Forças de Defesa e Segurança continuam?...
Dhlakama – Continuam, sim. Ainda hoje (NR: 21 de Abril de 2014) têm planos para bombardear Mucosa e também Canda. Na quarta feira, vieram aquí, pode perguntar na vila de Gorongosa, vieram aquí os "commands"que vieram de Maputo. Eles chamam "comands", como se diz em inglês, porque foram treinados fora. Vieram comandados por um coronel chamado Salazar, só que, felizmente, quando chegou, ligou e ficou em Vila Paiva, Vila de Gorongosa. Veio um outro adjunto dele, um tenete, e ficou aquí perto, no Vundúzi. Só um major tentou entrar na zona para atacar a nossa base, aquí perto, só que foram bem batidos e não conseguiram fazer nada. Só queimaram as casas das populações e tiveram cinco feridos. Levaram, só com dois guardas da Renamo. Só dois. Não estou a fazer propaganda. Só dois nossos conseguiram fazer fugir uma companhia de "commands"da Frelimo". Quando estavam a sair de Sadjundjira para a Beira, depois de levarem porrada aquí naquela estrada para a Gorongosa iam a disparaar pelo caminho e quando iam a passar pelo posto administrativo do Vunduzi mataram dois FIRs amigos deles. Mais a frente, em Mucosa, foram bem “baptizados” pelas nossas forças.
Canal – e na zona de Inhaminga?
Dhlakama – A Frelimo tentou, mas perderam muitos homens. Perdeream tenentes-coronéis. Perderam muitos homens.
Canal – E no Búzi?
Dhlakama – Andam lá, como aqui em toda a província de Sofala, a tentar perturbar o recenceamento. Não atacam. Vandalizam as populações. Têm andado a intimidar a população. Eu tenho andado a dizer aos nossos homens para não atacarem e por isso andam a mandar de Maputo para aqui blindados, canhões. Os nossos homens querem atacar, mas eu digo-lhes para não o fazerem, porque esta guerra vai acabar agora.
(Canal de Moçambique).