PERTO de 200 deficientes militares residentes nas cidades de Maputo e Matola paralisaram momentaneamente ontem o Ministério dos Combatentes (MICO) exigindo o aumento dos valores das pensões a que dizem ter direito.
Os deficientes militares, conhecidos em muitas ocasiões pela sua forma violenta de actuação, amotinaram-se naquele ministério cerca das 14.00 horas, impediram que os funcionários exercessem normalmente as suas actividades e ainda bloquearam o trânsito de viaturas nos dois sentidos da Avenida 24 de Julho, precisamente no bloco onde se encontra localizado o Ministério dos Combatentes.
Proferindo palavras vilipendiosas, o pior só não aconteceu porque uma força policial foi imediatamente destacada para o local, tentando desaconselhá-los ao recurso a qualquer tipo de atitude violenta. Depois de muito palavreado, quer contra os membros da Direcção da respectiva associação (ADEMIMO), quer contra alguns funcionários, os deficientes militares só viriam a abandonar o local por volta das 16.30 horas, após promessas de que os seus representantes seriam recebidos amanhã.
Entretanto, os amotinados recusaram-se, na circunstância, a se constituir numa comissão para o diálogo. Soubemos do presidente da ADEMIMO, Manuel Alberto Chaúque, que antes de se dirigirem ao Ministério dos Combatentes os deficientes militares foram até à sede da agremiação, onde igualmente encerraram as portas.
Manuel Chaúque e o delegado provincial da ADEMIMO em Maputo, Alberto Chave Ngoma, foram momentaneamente amarrados e conduzidos ao ministério pelos deficientes militares.
Em contacto com a nossa Reportagem, Alberto Ngoma disse que os deficientes militares exigem o aumento das suas pensões de 3500,00 meticais para um mínimo de 25 mil meticais.
Contactado pelo “Notícias”, o adido de Imprensa do Ministério dos Combatentes, Lourenço Tchapo, disse que o Governo reconhece que as pensões são exíguas, longe de custear uma cesta básica, mas a conjuntura económica do país não permite que o Estado, por enquanto, possa fazer mais.
Afirmou que o ministério sempre esteve e está de portas abertas para o diálogo com todos os combatentes com vista a encontrar-se uma solução às preocupações que apresentam. “Eles não precisam encerrar as portas do ministério e impedir que os funcionários trabalhem. O que eles devem fazer é colocar as suas preocupações duma forma pacífica e ordeira”, disse.
Segundo Tchapo, para além das pensões, o Governo está a procurar outras soluções para compensar a exiguidade das mesmas. A título de exemplo, indicou que recentemente foram entregues três casas ao grupo de deficientes militares que vivem no centro 4º Congresso, na cidade da Matola, estando outras em processo de conclusão e/ou construção, de um total de 45 habitações.
Sublinhou que o Ministério dos Combatentes está a cumprir com o que está estipulado na lei.
NOTÍCIAS – 29.05.2014