O líder da Renamo reapareceu na imprensa semana passada “pequenino” a humilhar-se ao governo e a Frelimo. Ainda que a humildade seja uma virtude que encarna grandes homens, quando manifestada por uma pessoa que sempre exibiu vigor pode claramente confundir-se com rendição. Ainda que a rendição seja uma atitude perfeitamente aceite na sociedade, existem circunstâncias que impõem devidas explicaçòes.
(i) Quem mandou Afonso Dhlakama à selva?
(ii) O que moveu Afonso Dhlakama a regressar a selva?
(iii) O que andou a fazer na selva durante o período que voltou a lá estar?
São perguntas objectivamente simples de responder, mas que podem ajudar a sociedade a compreender o líder da Renamo. Afonso Dhlakama já é uma pessoa considerada suficientemente adulta, uma categoria social que deve ser correspondida com raciocínio do mesmo nível. Afonso Dhlakama deve ter a consciência mínima de que deve muita explicação aos moçambicanos particularmente.
(i) Quem está lhe mandando abandonar a selva?
(ii) O que move a sua saída da selva?
(iii) O que pretende ser e fazer depois de abandonar a selva? Custa aceitar que uma pessoa que tanto resistiu aos apelos para abandonar a selva, hoje ela própria vêm implorar para a sua saída da selva.
O líder da Renamo não pode continuar a fazer papel de personagem de circo. Muito menos pensar que os moçambicanos resumem-se a apreciadores de espectáculo de circo. Tem de ser um líder político coerente, com uma dignidade que eleve a sua carreira. Com o estatuto que conseguiu obter não se lhe aconselha promover “palhacices”, ser confundido com cidadãos desonestos e oportunistas. Porque agora quer concorrer as presidenciais de Outubro, se beneficiar de alguma ajuda financeira que certamente vai receber de algum lado, já quer regressar ao convívio citadino e faz-se passar de vitima, alegando estar cansado de viver na selva como se alguém o tivesse mandado para lá.
Já vai com muita sorte poder voltar a sair de lá com vida.
O AUTARCA – 26.05.2014