Empresário sul-africano envolvido na exploração sexual de menores
Miranda Mhlanga, coordenadora do grupo de trabalho contra o tráfico de seres humanos na província sul-africana de Mpumalanga, abriu-se, ontem, ao “O País” para falar de um caso que, pela sua natureza, considera bastante sensível, dado envolver um quadro sénior do partido no poder naquele país, ANC, e ao mesmo tempo grande homem de negócios.
Mhlanga preferiu não revelar o nome, mas precisou que o mesmo explorava sexualmente, na sua residência, três moçambicanas, menores de 18 anos, recrutadas na zona de Sábie, no distrito da Moamba, zona fronteiriça entre a província de Maputo e África do Sul.
"A acusação está bastante satisfeita, porque diz ter conseguido reunir provas bastantes que incriminam o arguido, não obstante recear que o mesmo influencie a sentença, por ser alguém com muito poder", disse Miranda Mhlanga.
Além do caso ora em julgamento, em Dezembro do ano passado, foi condenada a 15 anos de prisão uma moçambicana identificada por Elisa Guambe, acusada de ter roubado duas crianças em Moçambique para a África do Sul.
A 1 de Julho de 2013, o presidente Jacob Zuma promulgou uma nova legislação que previne e pune casos de tráfico de seres humanos na “terra do rand”. Aquele instrumento legislativo fixa a prisão perpétua como pena máxima para os casos de tráfico e exploração de pessoas.
O PAÍS – 23.05.2014