A POPULAÇÃO do distrito de Govuro está a organizar-se em grupos de vigilância, visando neutralizar qualquer tentativa de reintrodução de homens armados da Renamo naquele ponto da província de Inhambane. Esta necessidade foi reforçada na semana passada pelo governador provincial, Agostinho Trinta, no decurso de um encontro que manteve com as populações locais.
“Não devemos permitir que os inimigos de desenvolvimento interrompam a marcha do progresso. Temos muitos projectos de desenvolvimento aqui, em Govuro, como também cada um aqui está a pensar em melhorar a sua vida, daí que não faz sentido que os nossos sonhos sejam destruídos pelos inimigos do nosso bem-estar”, disse Agostinho Trinta, no encontro com os residentes da vila franca do Save, no distrito de Govuro.
Para o efeito, conforme referiu, uma das tácticas que deve ser usada é a comunicação entre vizinhos a partir da altura que aparecerem na zona pessoas que habitualmente ali não vivem.
“Vamos utilizar o telefone celular para queixar às autoridades toda a movimentação estranha nos locais de residência, porque não podemos permitir que os ataques da Renamo se alastrem para outros pontos do nosso país. Aqui, em Govuro, queremos terminar este ano em paz. Queremos concluir com a construção do regadio de Chimunda, um instrumento que vai dinamizar a produção agrícola e, por via disso, melhorar a vida de todos. Por isso, que sejam isolados aqueles que não querem apanhar o comboio do progresso”, apelou o governador de Inhambane.
Num outro momento, Agostinho Trinta recordou aos presentes no comício popular, cuja tónica foi repúdio aos ataques da Renamo em Sofala, que foi a população que expulsou, em Janeiro passado, um grupo de homens armados que, instrumentalizados e enganados pelas lideranças do partido Renamo, tentaram reiniciar a guerra a partir do distrito de Homoíne.
“Os residentes de Catine, em Homoíne, denunciaram que os bandidos estavam a retomar as suas bases na planície de Nhavare, em Funhalouro, Vilankulo e Inhassoro. Desde então, os bandidos em fuga para Gorongosa, de onde saíram, nunca tiveram paz porque a população mostrou ódio contra a guerra e participou na sua expulsão. Por isso, é necessário manter este espírito de amor à paz, evitando que os bandidos tentem progredir para outras zonas”, apelou o dirigente da província de Inhambane.
NOTÍCIAS – 25.06.2014