QUATRO meses depois das enxurradas de Fevereiro último que provocaram o desabamento das pontes sobre os rios Muaguide e Montepuez, nos distritos de Meluco e Quissanga, respectivamente, o trânsito para as respectivas vilas sedes distritais, continua condicionado porque as infraestruturas tombadas ainda não foram repostas.
De acordo com o administrador de Meluco, José Elias Kalime, neste momento o trânsito é feito de forma condicionada. Ao lado da ponte desabada foi aberto um pequeno desvio que, entretanto, só permite a circulação de viaturas ligeiras, situação que se arrasta há cerca de três meses.
Relativamente ao distrito de Quissanga, a alternativa encontrada foi de usar-se a estrada que parte do cruzamento de “19 de Outubro” à sede daquele distrito ao invés de Pemba- Quissanga. Elias Kalime, administrador distrital, disse ao nosso Jornal que dois autocarros de transporte de passageiros continuam retidos desde Março último e no pequeno desvio aberto estas não podem transitar. O mesmo acontece para camiões que carregam várias mercadorias, incluindo produtos da primeira necessidade para abastecer o distrito, que não conseguem atravessar devido a esta limitação.
Kalime deu a conhecer que o custo de vida continua alto no seu distrito devido às dificuldades no trânsito apesar de estar a notar-se relativa melhoria de preços de vários produtos, comparativamente aos meses de Março e Abril últimos, tempos em que não era praticamente possível transitar de carro para Meluco por razões de destruição da ponte.
“Há uma tendência de redução dos preços de vários produtos comparativamente aos meses das intensas chuvas, tempo em que não era possível nem com pequenas viaturas transitar para Meluco. Agora os comerciantes conseguem transportar suas mercadorias através de viaturas ligeiras. Apesar de não serem suficientes, conseguem fazer chegar os produtos e penso que isso tem influência no preço dos produtos de primeira necessidade”- precisou Kalime.
O nosso entrevistado explicou que, nos meses de Março e Abril últimos, que foram de pico do ponto de vista de queda das chuvas, o trânsito de viaturas e pessoas era impossível devido à destruição da ponte sobre o rio Muaguide, uma situação que criou muitos transtornos aos agentes económicos que eram obrigados a pagar quase o triplo no transporte de mercadorias.
“Alugavam camiões, em Pemba, para o transporte de produtos até ao rio Muaguide e, como estes não podiam transitar na ponte devido à sua queda, eram obrigados a pagar dinheiro as pessoas para baldear produtos para outra margem e depois alugarem mais viaturas para transportar os mesmos produtos à Meluco-sede. Como pode ver, eles não tinham outra saída de recuperar seu dinheiro senão incrementar os preços de revenda”- explicou o administrador distrital.
Elias Kalime disse que com a queda da ponte sobre o rio Muaguide, a outra alternativa que havia seria a utilização da estrada que liga a sede distrital ao vizinho distrito de Montepuez, mas que também não está a servir porque a ponteca sobre o rio Muapo, igualmente cedeu.
A fonte afirmou que a Administração Nacional de Estradas (ANE) está a envidar esforços para repor a ponte sobre o rio Muaguide. Referiu que a ponteca sobre o rio Muapo já está em construção, enquanto a do rio Muaguide ainda não iniciou a sua reposição, estando a ANE a mobilizar fundos para o efeito.
JONAS WAZIR
NOTÍCIAS – 28.06.2014