Esta posição consta de uma das resoluções da conferência e vai ao encontro da intenção já manifestada pelo líder do partido. O ambiente de coabitação política entre a Frelimo (no governo) e a Renamo é politicamente insustentável neste momento. É dentro deste quadro que, por imperativo de paz, achamos que é melhor que a Frelimo viva no seu espaço e a Renamo em outro, ficando a Frelimo no sul do país, a partir do rio Save, e a Renamo no centro e no norte do país, disse Maria Inês, membro do Conselho Nacional da Renamo, no momento da leitura da resolução relativa à actual situação política.
Segundo escreve hoje o O Pais, Manuel Bissopo, secretário-geral desta formação política que encerrou o Conselho Nacional, também defendeu a divisão do país, caso não se encontre uma solução aceitável que coloque fim à tensão político-militar existente.
O fim aceitável da tensão político-militar depende do governo. Se o governo da Frelimo resistir, achando-se dona deste país, em detrimento do sofrimento de milhões e milhões de moçambicanos que clamam por uma paz e democracia efectivas, a Renamo decidiu, neste conselho, que fica melhor separarmo-nos, o que deixará de criar luto no seio das famílias moçambicanas, disse Bissopo.
Entretanto, Afonso Dhlakama, que nesta terça-feira falando via telefónica (quase 22 minutos) e com o som ampliado e sua voz ouvida por meio de colunas, no campo da Munhava, na Beira, prometeu sair brevemente das matas da Gorongosa e manifestou o interesse em participar nas próximas eleições gerais, marcadas para 15 de Outubro próximo.
Afonso Dhlakama está escondido algures na Serra da Gorongosa, província de Sofala, desde que o acampamento onde vivia na região foi tomado em Outubro do ano passado pelas forças de defesa e segurança, no actual contexto de crise político-militar que se vive no país.
Ele foi indicado segunda-feira pelo seu partido como candidato às presidenciais, um acto que ocorreu na sua ausência no decurso dos trabalhos do III Conselho Nacional da Renamo alargado aos delegados políticos.
Segundo o líder da Renamo, a única questão que o mantém nas matas da Gorongosa está relacionada com a integração de suas forças no Exército, matéria em discussão entre o seu partido e o Governo. Não podem preocupar-se com a minha situação. Estou na Gorongosa a defender os vossos interesses. Acreditem em mim, não estou a vos aldrabar, falta muito pouco tempo para o meu reaparecimento disse Afonso Dhlakama, citado pelo Diário de Moçambique, na sua edição de hoje.
Afirmou que caso o Governo continue a não aceitar a integração de seus homens no Exército, a Renamo não terá outra alternativa senão dividir o país a partir do rio Save.
Vamos dividir, porque eles não nos querem. Não podemos andar a falar da unidade nacional quando na verdade não há nada. A brincadeira acabou agora. Portanto, cabe ao Presidente (Armando) Guebuza dar resposta para continuarmos com o país não dividido disse Dhlakama.
FF
AIM – 25.06.2014