Garante Afonso Dhlakama em “comício virtual” na cidade da Beira
- Inicialmente previsto para começar as 14 horas, o discurso de Dhlakama só aconteceu por volta das 16 horas por “problemas de rede” na “parte incerta” algures na Gorongosa
Num cenário inédito e jamais visto na curta história democrática moçambicana, o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, realizou na tarde desta terça-feira, concorrido um comício popular virtual na cidade da Beira. Inicialmente o comício estava marcado para a tarde de segunda-feira, mas há última hora, foi transferido para a tarde do dia seguinte, terça-feira. Programado para 14 horas, o discurso de Dhlakama só iniciou por volta das 16 horas por “problemas de rede” na “parte incerta” onde se encontra Afonso Dhlakama.
Falando na ocasião, via teleconferência, a partir do “lugar incerto” onde se encontra desde que foi corrido do palácio de Santungira pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS), o líder da Renamo disse aos presentes que o seu “sacrifício” estava quase a dar frutos. Um dos maiores frutos, segundo Dhlakama, é acabar com o que chamou “tirania e abusos da Frelimo e de Guebuza”.
“É preciso que haja alguém para parar com a tirania e os abusos de Guebuza e da Frelimo. É difícil. Temos que lutar, mas, garanto-vos que isso vai acabar e estamos quase. Já negociamos o pacote eleitoral que a Frelimo e o MDM teimavam que o mesmo não fosse revisto.
Agora estamos no processo de integração dos nossos homens nas Forças de Defesa e Segurança. Isso não é coisa doutro mundo, já está previsto nos acordos de Roma, no âmbito de criação de um governo único” - deu a conhecer, Afonso Dhlakama, cujo discurso era intercalado por fortes e barulhentas salvas de palmas dos militantes e simpatizantes da Renamo que enchiam o campo municipal da Munhava. Além de militantes e simpatizantes da Renamo muitos curiosos estavam também no campo municipal da Munhava para ouvir in loco a voz e a mensagem do líder da Renamo que, pelo que se viu, continua a manter a lealdade do seu eleitorado na cidade da Beira.
Dhlakama comentou ter ouvido o Presidente da República, Armando Guebuza, a dizer que estava a negociar, com a Renamo, um acordo sobre questões militares e que brevemente o mesmo poderá assinado.
Assim, acrescentou “espero que tenha dito a verdade porque estou pronto para colaborar e pôr fim ao conflito. Queremos um exército que seja verdadeiramente do Estado e não da Frelimo”- disse.(D. Bila)
MEDIAFAX – 26.06.2014