Correspondênci@ Electrónic@ por: Noé Nhantumbo, Beira
Compreendo a retórica e todos os discursos que os políticos façam num momento como este. Mas não podemos aceitar que divergências de terminologia e de outro tipo coloquem o país refém e paralisado. Já não podemos permitir que as divergências e questões que separam as partes no diálogo encetado no cento de conferências internacional Joaquim Chissano continuem a ceifar vidas humanas inocentes.
A razão de ser dos partidos políticos é o povo, é servir o povo, é proteger o povo. Porque os interlocutores delegados para dialogarem e negociarem se mostram atrasados, lentos e muito complicados com os dossiers que tem em mão chegou a altura de se estabelecer um mecanismo de comunicação directa entre o PR e o líder da Renamo.
Pessoalmente considero que é de facto chegada a altura destes dois cidadãos moçambicanos colocarem de parte alguma coisa que os possa estar a separar, qualquer orgulho que tenham, qualquer agenda desconhecida que tenham e aceitem um contacto directo.
Acabar com as hostilidades, com as ameaças, com as emboscadas, com os ataques de parte a parte é uma questão destes dois líderes terem a coragem de mais uma vez colocarem o povo de Moçambique a frente de qualquer outra agenda.
É a PAZ que deve ser colocada no topo da agenda de todos.
Exige-se que estas duas personalidades se encontrem o mais depressa possível e dissipem de uma vez por todas as sombras que a paz conhece e as suspeitas e agressões que a paz recebe.
Não é altura de procurar e identificar culpados para esta situação perigosa que se vive. Com o dossier nas mãos e sob a liderança interessada bem como comprometida destes dois líderes.
Sente-se no ar a existência de elementos que desestabilizam os avanços negociais. Gente que está interessada em atrasar a estabilidade em nome de objectivos inconfessáveis existe e importa denunciar e afastar do processo negocial.
No surgimento de sinais de esgotamento ou incapacidade dos membros de uma equipa seja ela desportiva ou negocial os responsáveis optam normalmente pelo descanso ou substituição pura e simples de tais elementos.
Não se pode dar oportunidade a que gente interessada em ver a paz comprometida triunfe, só porque tal beneficia suas agendas sinistras.
Individualmente apelo vigorosamente a que o Presidente da República, Armando Guebuza, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, se encontrem sem pré-condições de imediato e em local a ser decidido por eles os dois.
Quando os intermediários já atrapalham o processo é chegada a hora de quem tem a decisão na mão tomar conta do assunto.
Os moçambicanos repudiam mais impasses e trocadilhos verbais sob qualquer que seja a alegação.
O AUTARCA – 26.06.2014
NOTA:
Guebuza diz que recebe Dhlakama em qualquer altura. Mas, se o fizer, está, na sua mente, julgo eu, a pensar que se rebaixou. Por isso não saímos deste impasse…
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE