O ministro da cultura do nosso país, Armando Artur, anunciou recentemente na Ilha de Moçambique, em Nampula, que aquela urbe insular, proclamada património mundial da humanidade, será sede do Centro de Gestão do Património Cultural dos Países Africanos de Expressão Oficial Portuguesa (PALOP).
Armando Artur, que falava à margem do seminário internacional de formação de especialistas dos PALOP em matéria de prevenção de riscos nos locais considerados património mundial, apelou à comunidade internacional no sentido de aprofundar os termos de referência tendentes à criação do centro de gestão do património cultural da comunidade das nações africanas falantes da língua portuguesa.
Segundo o governante moçambicano, com a criação daquele organismo continental, prevê-se o aceleramento dos mecanismos de coordenação para a implementação de acções concernentes à restauração do património tangível e intangível existente não só naquela cidade, como em outras de África.
A “frente” internacional interessada na criação do centro de gestão do património cultural da comunidade dos PALOP envolve os governos dos respectivos países e, recentemente, o Brasil através do Centro “Lúcio Costa” do Ministério da Cultura daquele país sul-americano uma instituição internacional de renome no contexto da promoção e valorização da cultura.
A Ilha de Moçambique está há 14 anos a beneficiar de um programa de gestão e conservação do património material e imaterial, acção que conta com os auspícios de países como a Espanha, Japão, Noruega e Portugal, através da disponibilização de recursos financeiros e técnicos, para financiar a prossecução dos trabalhos nesse sentido, em parceria com o Gabinete de conservação daquela cidade (GACIM), tutelada pelo Ministério da Cultura.
Armando Artur alertou, na ocasião, que muito ainda há por fazer, principalmente para manter a integridade física do património edificado na Ilha de Moçambique, único local ao nível do país que neste momento está inscrito na lista do património mundial sob gestão da Agência das Nações unidas para a Ciência, Educação e Cultura (UNESCO).
Mesmo assim, o governo de Moçambique considera necessária a inscrição de mais bens na lista do património mundial da UNESCO e a Ilha do Ibo, na província de Cabo Delgado, foi eleita para o efeito, no contexto do arquipélago das Quirimbas, sublinhouo governante, acrescentandoque, para este objectivo, o executivo contacom o esforço dos parceiros de cooperação,sobretudo do Fundo Mundial parao Património Africano.
A nossa reportagem apurou que estão a ser desenvolvidas acções ao nível da direcção nacional da cultura no ministério de tutela, visando a elaboração do expediente e consequente canalização à UNESCO para reconhecimento da Ilha do Ibo como património mundial. Apesar do seminário internacional de formação de especialistas dos PALOP em matérias de prevenção de riscos provocadas por intempéries nos locais do património mundial, integrar quadros da cultura afectos na Ilha do Ibo, prevê-se ainda um compasso de espera de cerca de dois anos para que a UNESCO concretize o reconhecimento daquela parcela insular de Cabo Delgado.
WAMPHULA FAX – 08.07.2014