Carta de: Adelino Buque
Permita-me, estimado Machado da Graça, que o ajude na compreensão da leitura que o Chefe do Estado faz sobre os problemas que o país atravessa, no último comício da presidência aberta à província de Maputo, isto, na perspectiva de que, de facto, se trata de má leitura sua parte, sem outras intenções, obviamente!
Na sua coluna das terças-feiras, antes publicada às sextas-feiras, designada “Marco do correio”, publicada no jornal Correio da manhã do dia 22 de Julho de 2014, Machado da Graça escreveu uma carta ao António, onde se manifesta confuso. Esse estado resulta da leitura do Chefe do Estado Armando Guebuza aos problemas que o país atravessa e diz o seguinte: “de uma forma geral, Armando Guebuza defendeu a ideia de que não é possível obter resultados positivos quando se lida com uma pessoa que está sempre a mudar o seu discurso. Que diz hoje uma coisa e amanhã faz outra”. Até aqui tudobem. Mais adiante diz: “e, para ilustrar esta acusação, deu dois exemplos: que Dhlakama tinha prometido inviabilizar as eleições autárquicas e depois não inviabilizou e que Dhlakama tinha ameaçado impedir o recenseamento eleitoral e depois não o fez”.
Ora, presumo que Machado da Graça terá lido parcialmente a leitura dos factos feita pelo Chefe do Estado. Na verdade, e de acordo com o que li, foram postas em diferentes momentos duas questões ao Chefe do Estado, nomeadamente: 1) Qual seria a saída para o encontro entre o Presidente da República e o líder da Renamo; 2) Se as eleições de 15 de Outubro estariam condicionadas ao referido encontro.
Relativamente à primeira resposta, Armando Guebuza disse: “a saída é Dhlakama não mudar sempre de palavra. Ele está sempre a mudar de discurso. Diz que está aberto, mas nunca aparece. Eu digo que estou aberto e estou pronto efectivamente. Se a experiência ao longo do tempo não prova isso, não sei o que se deve fazer. Mas que eu estou determinado, estou, de facto. E estou pronto porque acredito que é a melhor forma de se resolver os problemas, sobretudo, se bem preparados os encontros”.
Quanto à segunda questão disse: “os moçambicanos têm dado sinais para que o processo eleitoral tenha lugar. Nós tivemos eleições autárquicas, ele dizia que não havia de permitir que acontecessem! Aconteceram, em todos os lugares e em paz. Ele disse no princípio que havia de haverdificuldades no recenseamento, foram recensear 85%. Em países em perfeita paz não se consegue atingir essas cifras, o povo está pronto para fazer as eleições e o nosso Governo continuará a trabalhar para que tudo corra bem, esperando, obviamente, a colaboração também da Renamo”.
Chegados aqui, é fácil concluir que Machado da Graça pegou na segunda resposta como resposta da primeira pergunta, e vice versa, o que revela alguma distracção e o resultado não poderia ser diferente, CONFUSO!
CORREIO DA MANHÃ – 23.07.2014