Os cem anos da I Guerra Mundial passam discretos em Moçambique, apesar de terem garantido as atuais fronteiras do país e provocado intensas baixas, após um esquivo oficial alemão ter chegado a destinos impensáveis.
O tema está ausente dos jornais, não se preveem iniciativas para assinalar um século do conflito iniciado a 28 de julho de 1914 e a memória repousa simbolicamente numa das poucas estátuas sobreviventes em Maputo do período colonial, a chamada "Senhora da Cobra", que presta homenagem "aos combatentes europeus e africanos da Grande Guerra" e votada à total indiferença.
"Tenho pena, esta guerra é encarada como algo que não diz respeito aos moçambicanos, uma miopia que ignora que grande parte da população do norte sofreu imenso", comentou à Lusa o historiador e escritor João Paulo Borges Coelho, autor de "O Olho de Hertzog", romance distinguido com o Prémio Leya, baseado nos diários do jornalista João Albasini e do oficial alemão Von Lettow Vorbeck, que levou três mil homens do norte do país às portas de Quelimane, no centro.
LUSA – 27.07.2014
NOTA:
Se a Alemanha ganhasse a guerra é claro que hoje não existiria o MOÇAMBIQUE que conhecemos e temos.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE