O LÍDER do Partido Independente de Moçambique (PIMO), Yá-Qub Sibindy, que foi notificado segunda-feira pelo Conselho Constitucional (CC) para suprir irregularidades encontradas no seu processo de candidatura às eleições presidenciais de 15 de Outubro, diz prever muitas dificuldades para num prazo de sete dias corrigir as anomalias detectadas pelo órgão.
O dirigente do PIMO deplorou o facto de o seu mandatário não ter sido notificado para presenciar o acto de triagem da documentação das pessoas que suportam a sua candidatura.
“Não temos nenhuma informação sobre os documentos ou processos que foram abatidos por semelhança com proponentes dos outros candidatos. As irregularidades que nos foram alegadas não foram apuradas na presença do nosso mandatário. Julgamos nós que, no âmbito da boa-fé, deviam nos dar informação sobre os locais ou as zonas em que as assinaturas terão coincidido com as dos outros concorrentes”, disse, acrescentando que por essa razão terá muitas dificuldades em suprir essas irregularidades em sete dias.
Yá-Qub Sibindy garantiu que o seu partido vai responder à notificação do Conselho Constitucional dentro do prazo previsto, mas não com as propostas contendo as irregularidades, justamente porque não possui informação detalhada sobre as mesmas. Segundo afirmou, as propostas de candidatura apontadas pelo CC como tendo irregularidades não lhe foram entregues. “Não nos foi entregue aquilo que foi rejeitado. Como é que nós podemos assumir isso? O processo de verificação foi feito à margem do nosso mandatário. Logo, não podemos assumir isso. Estamos numa democracia em crescimento, daí toda a necessidade de as instituições também crescerem e acompanharem esse processo”, sugeriu.
A candidatura de Sibindy foi acompanhada de 15 mil assinaturas de proponentes, das quais o Conselho Constitucional abateu nove mil.
Conjuntamente com o líder do PIMO, o Conselho Constitucional notificou oito candidatos às eleições presidenciais para colmatarem as irregularidades constatadas. Do total de onze candidatos não foram detectadas irregularidades nos processos de Filipe Nyusi, do Partido Frelimo, de Daviz Simango, do MDM, e de Afonso Dhlakama, da Renamo.
No rol das irregularidades constam apoiantes repetidos, assinaturas cujo número de cartão de eleitor não consta na base de dados do STAE ou invalidade do cartão de eleitor.
NOTÍCIAS – 01.08.2014
NOTA:
“Não temos nenhuma informação sobre os documentos ou processos que foram abatidos por semelhança com proponentes dos outros candidatos. As irregularidades que nos foram alegadas não foram apuradas na presença do nosso mandatário. Julgamos nós que, no âmbito da boa-fé, deviam nos dar informação sobre os locais ou as zonas em que as assinaturas terão coincidido com as dos outros concorrentes”, disse, acrescentando que por essa razão terá muitas dificuldades em suprir essas irregularidades em sete dias."
Se existem apoiantes que subscreveram mais que um candidato, estes deveriam ser anulados em ambas as candidaturas. Como consegue o CC saber em qual das candidaturas a assinatura estará correcta para a anular em um só lado?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE