O Presidente da Renamo pediu a criação de uma comissão da verdade para investigar mortes de civis na recente crise militar em Moçambique, afirmando que os confrontos provocaram milhares de baixas no exército e apenas 25 no seu partido.
Em entrevista por telefone à Lusa, Afonso Dhlakama anunciou o desejo de criar "uma comissão da verdade, à semelhança do que fizeram na África do Sul, com [Nelson] Mandela, depois do fim do 'apartheid'".
"Podemos criar uma comissão da Renamo, da Frelimo, do MDM [os três partidos representados no parlamento], mesmo alguns oficiais, para investigar nas zonas afetadas por esses confrontos militares", afirmou Dhlakama, que declina responsabilidades nas baixas de civis.
"Por amor de Deus! O que eu vi com os meus olhos foi uma campanha por parte das forças armadas de andar a queimar residências da população. Aqui na mesma Gorongosa, posto administrativo de Caia, nas zonas de Tasaronda, Vanduzi, Satungira, Casa Banana, Piro, mesmo nos distritos de Maringuè queimaram muitas casas", descreveu.
Segundo Dhlakama, que admite baixas de civis "por engano" no fogo cruzado nos confrontos com as escoltas militares das colunas de viaturas, no troço da única estrada que liga o sul ao centro do país, a Liga dos Direitos Humanos de Moçambique "sabe qual o lado que maltratou as populações".
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