A África do Sul e o Zimbabwe terão os maiores contingentes de observadores durante as eleições de Moçambique em 15 de Outubro, com pelo menos 100 observadores cada, afirmou Miguel de Brito, do Instituto Eleitoral para a Democracia Sustentável em África (EISA), na quinta-feira.
O partido no poder, a Frelimo, está na pole position para estender seu domínio ininterrupto no poder desde a independência em 1975, mas a sua percentagem de votos para a presidência e o parlamento é improvável que alcance os 75% anunciados em 2009, segundo os especialistas eleitorais.
"Se eu fosse apostar nos resultados, eu poderia prever 55% para a Frelimo e 45% para a oposição combinada", oafirmou de Brito, o director em Moçambique para a Eisa numa conferência de imprensaem Johanesburgo.
O prémio para a vitória será o controle de bilhões de dólares em receitas futuras do petróleo e gás. A menos que sucedam acontecimentos extraordinários, dois nomes parecem certos para ser gravados na medalha do vencedor: os da Frelimo e do seu candidato novo, Filipe Nyusi.
As missões de observação da China e do Vietname estarão em Moçambique para as eleições, ladeando grupos da União Africana, União Europeia, a Commonwealth, a CPLP, Comunidade dos Países de língua Portuguesa e, mais importante, a Comunidade para o Desenvolvimento Africano Austral (SADC).
Como chefe de política, defesa e segurança do órgão da SADC, a África do Sul lidera a missão de observação do grupo de 15 nações, para ser implantado em todo o Moçambique em 4 de Outubro, disse o vice-ministro sul africano de Relações Internacionais e Cooperação, Luwellyn Landers, na quinta-feira.
A Frelimo, cujo líder histórico foi o falecido Samora Machel, é um dos movimentos de libertação da África Austral núcleo que já governa os seus países vai para 20-40 anos e não mostram sinais de abrir caminho para os partidos da oposição.
Relações com o Congresso Nacional Africano são antigas e estreitas. De Brito disse que o candidato da Frelimo, o Sr. Nyusi, havia assegurado o apoio dos partidos dominantes da ´
Africa do Sul, Angola, Namíbia, Tanzânia e Zimbabwe durante uma viagem regional recente.
Os seus adversários são Afonso Dhlakama, líder da Renamo que lutou uma guerra no mato contra a Frelimo, e Daviz Simango do MDM.
Se nenhum candidato conseguir a maioria absoluta, haverá uma segunda volta entre os dois primeiros. Os eleitores também elegem os membros dos 250 lugares do Parlamento e das Assembleias Provinciais.
Os cientistas políticos não consideram as poucas pesquisas de opinião realizadas este ano para ter a integridade metodológica a ser uma previsão confiável de como os moçambicanos vão votar.
Mas não há nenhuma dúvida sobre a altura dos riscos envolvidos, como sejam as receitas de grandes investimentos em gás, petróleo e carvãoque se espera comecem a fluir para os cofres do governo nos próximos 10 anos.
"Quem perder estas eleições pode não ter outra chance de ficar no poder por muitos anos", disse De Brito, por causa da influência do actual governo iria desfrutar em termos de distribuição de riqueza, os programas sociais e de emprego.
Business Day/moçambique hoje – 29.09.2014