O estadista moçambicano, Armando Guebuza, desafiou hoje às instituições religiosas do país a fazerem a sua parte para o cumprimento dos acordos alcançados na sede do diálogo entre a Renamo e o Governo que culminaram com assinatura e homologação de um entendimento final a 05 de Outubro do ano corrente.
Guebuza falava em Maputo, a capital moçambicana, na cerimónia de sua homenagem pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em reconhecimento das inúmeras realizações que promoveu em prol do bem-estar dos cidadãos.
O Presidente foi venerado ainda por ter despertado aos cidadãos a concepção de que o desenvolvimento do país não é tarefa exclusiva do governo, mas de todos os moçambicanos e que só se pode alcançar o progresso com muito trabalho e dedicação.
O Chefe de Estado explicou que este desafio, lançado às confissões religiosas, visa a superação de todas as dificuldades que, por ventura, possam surgir na agenda governamental de manutenção da paz em nome da pátria, unidade e reconciliação nacional.
O primeiro desses desafios prende-se com a aplicação desses acordos. Trata-se dum desafio que tem seus subjacentes nos processos de desmilitarização, desmobilização e reintegração das forças residuais da Renamo, por um lado na vida civil, e por outro lado, nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e na Polícia da República de Moçambique (PRM) , designou o estadista.
E ainda, Guebuza destacou que a IURD e outras igrejas têm um papel preponderante no desarmamento das mentes para que a Renamo se conforme com o patente ordenamento jurídico nacional, que nenhum partido político deve estar armado e ter oficiais, de qualquer nível, no activo e nas suas fileiras.
Por isso, quando sentem que estes valores estruturantes da criação do bem-estar, paz, unidade nacional e a reconciliação nacional estão sendo colocados em causa, as confissões religiosas devem se juntar à voz de toda a sociedade através de cultos e eventos ecuménicos, apelou o estadista.
Segundo Guebuza, as igrejas terão ainda um papel importante para limpar as lágrimas de quem ainda chora a perda dos seus entes queridos na cena de tensão político-militar que se prolongou por quase dois anos com maior destaque no centro do país.
Já em resposta à homenagem, o Presidente agradeceu e disse ser um gesto nobre e encorajador para a persistência do compromisso colectivo com a cultura de paz, consolidação da unidade e o aprofundamento da reconciliação nacional.
A cerimónia de homenagem ao Chefe de Estado teve lugar no Cenáculo Maior da IURD e foi testemunhada por milhares de cidadãos que se fizeram ao local, dentre eles a ministra da Justiça, Benvinda Levy, o edil de Maputo, David Simango, a Governadora de Maputo, Lucília Hama, e o presidente da IURD, José Guerra.
Anacleto Mercedes (ALM)/DT
AIM – 22.09.2014
NOTA:
Guebuza não é o único “convertido”. Não foi ele e os “outros” que mandaram milhares de religiosos para os campos de reeducação e fecharam igrejas e mesquitas? Ou foi “outro” Guebuza? Não foi Samora que entrou de botas numa mesquita?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE