Divulgação tardia de resultados e fraude eleitoral
A plenária da Comissão Nacional de Eleições não compreende o atraso que esteve por detrás da não divulgação dos resultados nos distritos. A Lei Eleitoral determina que as comissões distritais têm 72 horas após a votação para divulgar os resultados, mas até aqui, oito dias depois da votação, há distritos que ainda não divulgaram os resultados. O que está a acontecer é que as comissões distritais estão envolvidas numa mega-operação de falsificação de editais.
A plenária da CNE deliberou mandar vogais às províncias para perceber a razão da não divulgação de resultados e para se inteirar dos relatos de fraude que se espalham por todo o país. A informação foi-nos confirmada por um vogal da CNE, que nos falou na condição de anonimato. Recorde-se que, na passada segunda-feira, a chefe de operações do STAE na Beira, Sónia Zimba, foi apanhada em flagrante delito a falsificar editais a favor de Nyusi e da Frelimo. Há mesas em que Nyusi obteve apenas três votos, mas nos editais falsificados aparece com 233. Atrás do número 3, foi acrescentado o número 23. Na Beira, funcionaram mais de 1900 mesas, não se sabendo se todos os editais são falsos, ou não.
A CNE está a trabalhar nas províncias para garantir a divulgação dos resultados. Entretanto, logo que foi aprovada a deliberação de enviar vogais às províncias, as Comissões de Eleições começaram a divulgar os resultados na madrugada de quarta-feira, numa trapalhada e com números trocados.
O vogal que falou ao “Canalmoz” disse que a CNE deverá ter um grande trabalho, após a divulgação dos resultados, pois será analisado cada edital. Segundo a mesma fonte, há também cerca de meio milhão de votos protestados, ainda por requalificar, que deverão ser decididos em Maputo.
CANALMOZ – 24.10.2014
NOTA:
Meio milhão de votos é muito voto. Ver tudo com muita atenção. Não interessa o tempo que demore…
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE