O líder e candidato presidencial do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, classificou hoje como "não credíveis" os resultados eleitorais divulgados pela Comissão Nacional de Eleições, garantindo que o seu partido vai contestá-los judicialmente.
Numa declaração à comunicação social, Daviz Simango reagiu aos resultados hoje divulgados pelo órgão eleitoral, que colocam o MDM como a terceira força política mais votada, tanto nas legislativas (7,21%), como nas presidenciais (6,36%).
"São resultados que não são credíveis, com inúmeros relatos de irregularidades documentados por nós e conhecidos por toda a sociedade, e que foram apontados pela imprensa independente e pelos organismos de observação eleitoral", afirmou Daviz Simango.
A Frelimo ganhou as eleições gerais em Moçambique, com uma maioria absoluta de 55,97% no parlamento, e o seu candidato, Filipe Nyusi, venceu as presidenciais com 57,03%, segundo os resultados oficiais preliminares hoje divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), em Maputo.
Nas legislativas, a Renamo obteve 32,49%, conservando o estatuto de segunda maior força política, enquanto o seu candidato presidencial e líder do partido, Afonso Dhalakama, conseguiu 36,61%, aponta os dados da CNE.
Os resultados "vêm confirmar mais uma vez a fraqueza das instituições moçambicanas que lidam com processos eleitorais", declarou Daviz Simango, mostrando o seu "profundo pesar" pelo ato eleitoral, que foi "manchado por um combate desigual de forças durante a campanha eleitoral e que tiveram atos de fraude e um descrédito final".
"Vamos continuar a nossa luta através de medidas judiciais que nos garante a nossa Constituição da República", prometeu o também presidente do município da Beira, a segunda maior cidade moçambicana.
Os resultados eleitorais hoje divulgados garantem à Frelimo 144 deputados na Assembleia, menos 47 do que o atual grupo parlamentar, enquanto a Renamo aumenta a sua presença de 51 para 89 mandatos e o MDM passa de oito para dezassete.
A abstenção foi de 51,51% nas legislativas e de 51,36% nas presidenciais.
Mais de dez milhões de moçambicanos foram chamados a 15 de outubro para escolher um novo Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros das assembleias provinciais.
No escrutínio concorreram três candidatos presidenciais e 30 coligações e partidos políticos.
O processo eleitoral tem sido acompanhado por denúncias de irregularidades e que levaram já os principais partidos de oposição a ameaçar não reconhecer os resultados.
LUSA – 30.10.2014