Antigo selecionador nacional está indignado com o que se passou no Grupo Espírito Santo depois dos "senhores da Rioforte" lhe terem roubado "mais de metade da minha vida de trabalho".
O treinador português não se conforma com o escândalo ocorrido no seio do Grupo Espírito Santo, onde admitiu ter perdido muito dinheiro, e recorreu à ironia para criticar os reguladores de um país "onde só é crime dizer dois palavrões às sete da manhã".
Recordando o célebre episódio no controlo antidoping na Covilhã, que serviu de desculpa para a FPF rescindir contrato com o ex-selecionador, Carlos Queiroz não escondeu a indignação pelo sucedido no Grupo Espírito Santo em entrevista conjunta à TVI e ao Maisfutebol.
"Começo a achar que a única coisa que é crime neste país é um treinador dizer dois ou três palavrões a alguém às sete da manhã", afirmou Carlos Queiroz comentando o escândalo financeiro no Grupo Espírito Santo que lhe tirou "mais de metade" de uma vida de trabalho.
O atual selecionador do Irão garante que foi alvo de uma "armadilha" e que lhe foi retirado da sua conta "uma fortuna" para que, "mais de metade da minha vida de trabalho para os senhores da Rioforte".
"Um diretor comercial do ES Bankers foi à minha conta, tirou uma fortuna, tirou mais de metade da minha vida de trabalho, e mandou para os senhores da Rioforte. Pôs os meus fundos - que tinha guardado para apoiar a minha reforma -, na Rioforte de uma forma fraudulenta e abusiva", queixou-se Carlos Queiroz.
"Pelos padrões de vida que tenho, são mais de quinze anos da minha reforma que desapareceram de um dia para o outro. Este é um país de impunidade, que assobia para o lado. Depois de se ter passado em Portugal o caso BPN, como é possível que, meia dúzia de anos depois, possa acontecer isto com o BES?", sentenciou o técnico.
SAPO – 10.10.2014