A cidade da Ilha de Moçambique vai contar com um museu para exposição de antiguidades em forma de objectos, fotografias, artesanato, vestuário, livros, meios de transporte, entre outros de vária espécie de inestimável valor, sobretudo cultural, o qual para o seu funcionamento vai ocupar parte do edifício do primeiro hospital instalado no país que se situa naquela cidade insular.
O edil da cidade património cultural da humanidade desde Setembro de 1991, Saide Abdul Remane Gimba, que revelou o facto, não adiantou quando é que o museu vai abrir ao público, mas precisou que o edifício que vai acomodar as exposições será objecto der obras de requalificação.
As referidas obras, que serão financiadas pelo governo, fazem parte do projecto de restauração do edifício do hospital com o objectivo de torná-lo em centro de saúde modelo no país com vários serviços, tendo em conta a importância da cidade no âmbito sociocultural.
A parte frontal do edifício, construído há cerca de 159 anos (depois da elevação da Ilha de Moçambique à categoria de cidade) e onde funcionou o primeiro hospital implantado no país, comporta três blocos que, neste momento, clamam por obras de restauração devido à sua degradação física, não está contemplada para acolher os serviços sanitários no âmbito da reabilitação do imóvel que vai arrancar brevemente.
A ideia de transformar o referido bloco hospitalar em museu visa, segundo o edil da Ilha de Moçambique, cidade que foi galardoada em Agosto ultimo com a medalha Bagamoyo entregue pelo Chefe do Estado, Armando Guebuza, em reconhecimento da dimensão histórica e do património cultural de que se reveste e representa para os moçambicanos e para a humanidade, visa garantir a manutenção daquele imóvel.
A edilidade da cidade mais velha do país conta com a parceria da Fundação Ilha de Moçambique, organização não governamental nacional, na iniciativa de instalação do Museu de Antiguidades. O presidente daquela organização, HafizJamu, referiu que ela visa valorizar e preservaras relíquias de outrora que parte dos munícipes e instituições publicas e privadas da cidade ainda têm em sua posse, como, também, criar mais um sitio cultural.
Esta ideia constitui mais um esforço para acautelar o ressurgimento de antigos e a eclosão de potenciais conflitos promovidos por alguns sectores que defendem a transformação do edifício do antigo hospital e actual centro de saúde da Ilha em hotel de luxo, entre outras finalidades, que julgamos iria restringir o acesso à cidade das famílias consideradas desfavorecidas - disse HafizJamu, que classifica oedifício do hospital como um postal que atraituristas em todo o mundo.
A cidade da Ilha de Moçambique conta, neste momento, com os Museus de Artes Decorativas e da Marinha, inaugurados nos anos de 1971 e 1972, respectivamente,e ocupam a zona habitacional do Palácio de São Paulo.
O terceiro Museu é de Arte Sacra instalado anteriormente, em 1969, nas antigas dependências do Hospital da Santa Casa da Misericórdia, e que , actualmente, se localiza num edifício anexo à Capela de São Paulo, e assume-se como o mais antigo núcleo museológico da Ilha de Moçambique.
WAMPHULA FAX – 08.10.2014