EMBORA DEFENDAM TAMBÉM A INTEGRAÇÃO DA ELITE MILITAR DA RENAMO
Alguns analistas políticos dizem que a decisão de se atribuir o estatuto de líder da oposição a Afonso Dhlakama pode contribuir para a criação de uma sociedade mais inclusiva, mas defendem uma correcta integração da elite militar da Renamo, de modo a que paz seja efectiva no país.
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, aceita a ideia, que é vista pelo bispo auxiliar de Maputo, Dom Carlos Nunes, como um sinal de abertura.
“Eu entendo este aspecto como uma necessidade de abrirmo-nos e interagirmos constantemente, para que a democracia se construa com a participação de todos os moçambicanos”, realçou aquele dirigente religioso.
O analista político Luís Loforte diz que iniciativas como esta contribuem de facto para a consolidação da paz em Moçambique, realçando que a pacificação deve acontecer através da abertura para a entrada na riqueza moçambicana sem qualquer condicionamento nem político, nem sequer da influência social.
Contudo, o especialista em relações internacionais e assuntos de segurança no Instituto Internacional de Relações Internacionais Calton Cadeado diz que, para além de Dhlakama, é preciso pensar-se também na integração da elite militar da Renamo.
Segundo o académico, esta é a forma de acomodação benéfica na sociedade, não pensar-se somente em Dhlakama. É importante que as pessoas sintam que estão a participar na partilha de recursos de poder.
Para o analista Salimo Abdula, a atribuição do estatuto de líder da oposição a Afonso Dhlakama “é a melhor forma de acomodá-lo, porque, de facto, Dhlakama é uma figura importante neste pais”. De referir que o estatuto de líder da oposição prometido a Afonso Dhlakama pelo Presidente da República Armando Guebuza vai ser debatido na próxima sessão extraordinária do Parlamento a iniciar-se no dia 26 de Novembro corrente. Vários dirigentes da Renamo manifestaram já o seu apoio ao estatuto de líder da oposição em Moçambique proposto para o presidente do seu partido Afonso Dhlakama.
Diário de Notícias – 20.11.2014
NOTA:
A lei a sair será que trará o nome de Afonso Dhlakama, como se vê em toda a parte, ou é para o “líder da oposição” que até poderá ser Filipe Nyusi?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE