MICHEL Kafando foi escolhido na madrugada de ontem como presidente interino do Burkina Faso devendo comandar a transição politica, que terminará com as eleições previstas para Novembro de 2015. Kafando foi eleito horas depois da assinatura oficialmente da Carta de Transição.
A Carta de Transição, que irá funcionar como uma Constituição provisória, foi assinada pelo Exército e por representantes civis, na capital Ouagadougou, num ambiente de euforia, segundo relatou um jornalista da agência francesa AFP.
O tenente-coronel Isaac Zida, o “homem forte” do país desde a queda de Blaise Compaoré, a 31 de Outubro último foi efusivamente aplaudido quando assinou o documento, que oficializa o regresso da sociedade civil ao poder.
A carta, aprovada pelo Exército e pelos civis numa votação unânime na noite de quinta-feira, foi depois assinada por Zéphirin Diabré, líder da oposição a Compaoré, Amadou Dabo, representante da maioria e Luc Marius Ibriga, membro iminente da sociedade civil.
O documento, que define os contornos institucionais da transição, será validado rapidamente pelo Conselho Constitucional, activo novamente desde que o tenente-coronel Zida restabeleceu a Lei fundamental, no sábado.
Após assinatura da Carta de Transição, um colégio de 23 membros, na sua maioria civis, constituído para designar o presidente interino, elegeu Michel Kafando para chefe de Estado.
Kafando superou outros três candidatos depois de várias horas de negociações.
Nascido em 18 de Agosto de 1942, o diplomata estudou Direito e Ciências Políticas em Dacar (Senegal) e depois na Europa (Bordeaux, Paris e Genebra).
Kafando foi embaixador do Burkina Faso na ONU em 1981-1982 e depois entre 1998 e 2011. Também foi ministro dos Negócios Estrangeiros em vários governos burkinabes e o seu nome, mencionado logo após a queda de Compaoré, ganhou força no domingo, quando o exército cogitou a possibilidade de que liderasse a transição.
Desde sua aposentadoria, após uma longa carreira, Kafando dedicava-se a sua quinta e a alguns trabalhos de consultoria.
A nomeação deve ser confirmada pelo Conselho Constitucional.
Após o trâmite, o poder passará para os civis.
NOTÍCIAS – 18.11.2014