OS soldados da Costa do Marfim que terça-feira tinham saído dos quartéis exigindo promoções e melhores salários regressaram ontem às suas bases depois de promessas do governo em atender às suas reivindicações.
Um Conselho de Ministros, reunido especificamente para analisar os protestos dos militares, terminou, ao princípio da tarde de ontem, no palácio presidencial costa-marfinense, com o compromisso do executivo de atender as exigências dos manifestantes.
Os militares já tinham manifestado a sua satisfação, depois de ouvir, um após outro, o ministro da Defesa e o ministro do Interior a dizer na televisão nacional na noite de terça que a resposta do governo, do comandante-chefe das forças armadas e Presidente da República Alassane Ouattara é significativa e positiva.
As 15:00 horas locais, o ministro da Defesa, Paul Koffi Koffi recebeu no seu gabinete todos os delegados designados pelos campos militares do pais: Abobo, Akouédo, Bouaké, Korhogo e de Daloa.
Ontem de manhã, os soldados tinham regressado às suas bases nas cidades de Abidjan, Bouaké e Korhogo, reabrindo muitas das principais estradas do país, de acordo com o correspondente da BBC, Tamasin Ford.
Este foi o maior protesto envolvendo militares na Costa do Marfim desde que o Presidente Ouattara assumiu o cargo em 2011.
A Costa do Marfim ainda está se recuperando da guerra civil que eclodiu após as eleições de 2010 e a última coisa que o país precisa é de mais instabilidade, e é provavelmente por isso que o governo “se curvou” às exigências dos militares tão rapidamente.
Ouattara foi elogiado por um notável desenvolvimento económico do país, mas ele também tem sido criticado por não fazer o suficiente para acabar com as divisões políticas e étnicas. Muitos vêem esses protestos como a evidência da falta do foco na reconciliação do governo.
NOTÍCIAS – 20.11.2014