O líder da Renamo inicia na terça-feira uma viagem pelo centro de Moçambique, para explicar à população a exigência de um governo de gestão face a uma alegada fraude eleitoral, anunciou hoje o principal partido de oposição.
Em conferência de imprensa realizada em Maputo, o porta-voz da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), António Muchanga, disse que Afonso Dhlakama estará em Sofala entre terça-feira e quarta-feira, em Manica na quinta-feira e sexta-feira, e em Tete entre sábado e domingo, para encontros com a população.
"Neste trabalho que vai fazer naquelas províncias, vai conversar com as populações explicando a posição da Renamo em relação à fraude eleitoral perpetrada pelos agentes do STAE [Secretariado Técnico de Administração Eleitoral], vai propor a sua iniciativa de forma a garantir que o país não seja governado por aqueles que roubaram votos ou aqueles que se beneficiaram de votos roubados", afirmou na declaração que fez à imprensa.
Em resposta às perguntas dos jornalistas, António Muchanga disse que o líder da Renamo vai explicar em comícios a exigência que o movimento fez publicamente da formação de um "governo de gestão" por considerar que as eleições gerais de 15 de Outubro foram fraudulentas.
"Ele já propôs o governo de gestão e quer aprofundar isto com o povo moçambicano", enfatizou Muchanga, adiantando que o partido anunciará a sua estratégia caso falhe o objectivo de conseguir um executivo de inclusão.
"As populações das províncias de centro e norte sempre reclamavam que o líder da Renamo se devia juntar a elas para, juntamente, esboçar-se uma estratégia de combate político, que, de uma vez por todas, ponha fim às fraudes eleitorais na República de Moçambique", realçou o porta-voz da Renamo.
De acordo com os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique, no poder) ganhou as eleições gerais de 15 de outubro com uma maioria absoluta de 55,97% no parlamento, e o seu candidato, Filipe Nyusi, venceu as presidenciais com 57,03 por cento.
Os resultados das eleições de 15 de Outubro ainda terão de ser validados pelo Conselho Constitucional moçambicano, que recebeu no dia 07 de novembro um pedido de anulação das eleições da Renamo.
Lusa – 24.11.2014