ALERTA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AGRICULTURA E ALIMENTAÇÃO
A raça bovina angone está em vias de extinção em Moçambique, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) que aponta a tendência cada vez mais crescente da diminuição do seu efectivo como a razão da conclusão.
Acrescenta a FAO que o comportamento dos principais indicadores reprodutivos e produtivos é o que demonstra que “estamos em presença de um recurso genético que não tem sido objecto de selecção, nem melhoramento, tanto genético como das condições de maneio”.
Sublinha a organização que a evolução do comportamento dos indicadores produtivos e reprodutivos da raça manifesta uma tendência de diminuir, o que evidencia que a população se encontra afectada pela consanguinidade.
Dados ainda da FAO indicam que em Moçambique existia em 1969 muito pouco trabalho de avaliação de ra ças e que o sector familiar praticamente nenhum trabalho realizou, “situação que ainda não está melhorada até hoje”, aponta aquela agência da família da Organização das Nações Unidas (ONU).
A FAO especifica que um ponto fraco para o seguimento actual da situação de perigo de extinção das raças é que é difícil superar a pouca atenção dedicada diluição causada pelos cruzamentos indiscriminados de raças.
Este problema representa uma ameaça maior diversidade genética, e isso juntado à falta de informação constitui um obstáculo forte para o estabelecimento de medidas efectivas de planificação e hierarquização para os programas de conservação das raças.
Os dados foram apresentados esta quinta-feira, em Maputo, durante um seminário nacional de divulgação dos resultados dos projectos financiados pelo Fundo Nacional de Investigação.
(F. Saveca)
CORREIO DA MANHÃ . 21.11.2014
NOTA:
Confrontation of weight evolution of angone cattle of Angonia Research Station (1963-1999), Tete province, Mozambique [dez2000]
Mabote, Adelaide
Ferrao, J.L. (Instituto Agrario de Chimoio, Manica (Mocambique))
Vilela, F.
Macome, F. (Estacao Zootecnica de Angonia, Tete (Mocambique))
Resumen:
Foi realizado um trabalho de comparação de evolução do peso do bovino Angone entre 1959 a 1999 na EZA. o Peso medio ao nascimento decresceu de 22,1Kg para machos e 21,5Kg para fêmeas para 18,8Kg e 18,3Kg em 1999 respectivamente. O decréscimo mais acentuado foi encontrado em animais com 1 ano de idade e foi de 23% nos machos e 15% nas fêmeas. As principais causas se devem provavelmente ao maneio alimentar, fraco control das cobrições e fraca seleção dos touros. Recomenda-se que estes aspectos sejam melhorados para permitir melhor evolução da raça.