NO QUE RESPEITA À COMPETITIVIDADE EM 140 PAÍSES ANALISADOS
O fraquíssimo desempenho promocional desenvolvido pelas autoridades competentes, cujos servidores mais se entregam a acções pouco abonatórias e que nada têm a ver com a elevação da imagem de Moçambique, mesmo quando estão em fóruns para tal estabelecidos, é outra concorrente para a má imagem que Moçambique faz na “fotografia” global dos intervenientes no turismo planetário.
EDSON ARANTE
Um estudo recente da Traveland Tourism Competitiveness Report, do Fórum Económico Mundial, coloca Moçambique entre os piores classificados do ranking sobre competitividade do sector do Turismo, num grupo de 140 países analisados.
O país ocupa a posição 125 desde 2013, indica o referido estudo em poder do Correio da manhã, justificando que a situação deve-se às enormes barreiras que caracterizam o ambiente deste tipo de negócio, com destaque para a burocracia e corrupção no sector do Turismo.
O fraquíssimo desempenho promocional desenvolvido pelas autoridades competentes, cujos servidores mais se entregam a acções pouco abonatórias e que nada têm a ver com a elevação da imagem de Moçambique mesmo quando estão em fóruns para tal estabelecidos, é outra concorrente para a má imagem que Moçambique faz na “fotografia” global dos intervenientes no turismo planetário.
Custos de vistos e sua complexidade, falta de confiabilidade das viagens aéreas, transacção e custos de retenção de estoques, impostos e taxas, marketing do sector, custos de fornecimento de energia eléctrica e de água potável, direitos de uso da terra, infra-estrutura rodoviária, qualidade e capacidade dos fornecedores locais, protecção e segurança são tidas como as principais barreiras para a baixa competitividade do Turismo moçambicano.
Por outro lado, a pesquisa destaca o facto de Moçambique figurar entre os 10 países africanos com maior crescimento económico ao longo da última década, um padrão de incremento que deverá ser sustentado pelo boom de recursos naturais.
“Doença holandesa”
Porém, o documento da Traveland Tourism Competitiveness Report, do Fórum Económico Mundial, alerta para o potencial aparecimento da chamada “doença holandesa” como resultado do boom de recursos naturais no país, sendo o sector do Turismo o mais ameaçado, devido à sua vulnerabilidade.
A “doença holandesa” ou maldição de recursos naturais é a relação entre a exportação de recursos naturais e o declínio do sector manufactureiro, tal como aconteceu nos Países Baixos na década 60 aquando da descoberta de gás natural.
Saliente-se que a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) encomendou um estudo sobre os efeitos negativos daquela doença no sector do Turismo no país, documento que desenvolve um modelo quantitativo que permite a análise de uma série de cenários que vai ajudar a traçar uma rota para a política e reforma legislativa deste ramo de actividade no país, para torná-lo mais competitivo à luz do boom dos recursos naturais.
CORREIO DA MANHÃ – 20.11.2014