A Polícia moçambicana (PRM), a nível da cidade capital, Maputo, afirma estar a monitorar a paralisação temporária das manifestações dos antigos trabalhadores da República Democrática Alemã (RDA), vulgo Madjermanes, que há vários anos reivindicam o valor de segurança social deduzido dos seus salários quando em serviço naquele país europeu.
Nas últimas três semanas, cerca de 500 Madjermanes vinham realizando marchando nas principais avenidas da capital do país, obstruindo o trânsito e a circulação normal de cidadãos pois, segundo a PRM, os manifestantes não observam as regras estabelecidas para concorrer a um protesto pacífico.
Por isso, depois de receber várias reclamações dos munícipes e como forma de tentar evitar eventuais confrontos entre este grupo e os munícipes, a PRM decidiu interromper temporariamente as manifestações.
Falando hoje durante o briefing semanal a imprensa, o director da Ordem e Segurança Pública da PRM para a cidade de Maputo, Bernardino Rafael, explicou que os Majermanes fizeram com que doentes não chegassem à tempo e hora aos hospitais. Fizeram com que os estudantes chegassem tarde nos locais onde deviam fazer exames. Fizeram com que os trabalhadores, funcionários e cidadãos que quisessem usar a baixa da cidade não chegassem a tempo e hora porque eles bloqueavam o entroncamento.
Os distúrbios causados pelos Madjermanes faziam sentir-se com maior incidência nos cruzamentos entre as avenidas Guerra Popular e 25 de Setembro; Guerra Popular e Eduardo Mondlane.
Além disso, os Madjermanes também são acusados de arremessar objectos contundentes contra veículos e peões.
Quando atiram pedras contra veículos, esta manifestação deixa de ser pacífica, tornando-se violenta, referiu.
Refira-se que há vários anos que o governo moçambicano afirma ter pago AOS Madjermanes todos os valores recebidos do governo alemão referente a segurança social dos trabalhadores da antiga RDA, pelo que não existe espaço para novos pagamentos.
Num outro desenvolvimento, a PRM diz estar a acompanhar a circulação de mensagens (SMS) nos últimos dias, incitando a violência após a confirmação dos resultados eleitorais de 15 de Outubro pelo Conselho Constitucional.
Rafael afirmou que a corporação está pronta a garantir a ordem e segurança pública e estará colocada em todos os locais de concentração da urbe, particularmente supermercados, paragens, terminais de transportes semi-colectivos de passageiros provinciais, interprovinciais e internacionais.
Nós dissemos que temos que ter fé. A sociedade civil deve respeitar a liberdade dos outros para que a cidade conheça uma ordem, segurança pública e que não impeça a circulação das pessoas e seus bens, disse.
Explicou que existem canais próprios que deverão ser observados por todos aqueles que não concordarem com os resultados.
A Polícia apela que a violência não tenha lugar na cidade de Maputo, para que todos os munícipes passem bem a quadra festiva, frisou.
Acácio Chirrinzane (AC)/SG
AIM – 22.12.2014