A maioria dos ministros zambianos apelou, esta quarta-feira, ao Presidente interino do pais, Guy Scott, para que se demita imediatamente, face a divergências entre facções rivais no seio do partido no poder relacionadas com as eleições gerais, marcadas para Janeiro de 2015.
Numa conferência de imprensa, 14 ministros, dos 17 que integram o governo, anunciaram um voto de censura contra Scott, o primeiro Presidente branco em África, depois de FW de Klerk, último chefe do Estado do apartheid, na África do Sul, em 1994.
Apelamos a Scott para a sua imediata demissão do cargo por questões morais, declarou o Ministro zambiano dos Negócios Estrangeiros, Harry Kalaba.
O apelo surge pouco depois de facções divergentes no seio da Frente Patriótica (FF), no poder, nomear seus respectivos candidatos para as presidenciais de 20 de Janeiro próximo no país.
Uma facção leal a Scott escolheu Miles Sampa, neto do falecido Presidente zambiano, Michael Sata, como seu candidato, e o Ministro da Defesa, Edgar Lungu, também foi indicado por uma outra facção para concorrer para o mais elevado cargo da nação.
Desde então, Lungu reivindicou a Presidência do partido, afirmando ter demitido Scott da posição de vice-Presidente do partido, apos este ultimo ter desqualificado o processo de nomeação de candidatos.
O clima de divergências entre os dois blocos começou depois da morte de Sata, em Outubro último, precisamente quando Scott assumiu, provisoriamente, a liderança do país e demitiu Lungu do cargo de Secretário-Geral da FF, medida que aticou o desentendimento.
Por lei, Scott não pode ascender a Presidência por seus pais não terem nascido na Zâmbia.
TIMES/ JD/FF
AIM . 18.12.2014