A polícia queniana está a consultar peritos técnicos para apurar se o grupo de 77 indivíduos de nacionalidade chinesa detidos com avançado equipamento de comunicações em diferentes residências na zona nobre de Nairobi estaria a cometer espionagem, anunciou quinta-feira um oficial do governo.
Os chineses foram detidos fim-de-semana com equipamento que, segundo o jornal queniano Daily Nation, possui capacidade para invadir servidores do governo.
Juntámos peritos para nos dizer se eles (os chineses) estariam a cometer crimes de espionagem, disse Ndegwa Muhoro, chefe de investigação criminal da polícia queniana. Esta gente parece ter sido trazida aqui especificamente para uma missão sobre a qual estamos a investigar.
As detenções começaram domingo, quando equipamento informático numa das residências que os chineses tinham alugado, perto da Embaixada dos Estados Unidos e das Nações Unidas, pegou fogo, matando uma pessoa.
A polícia disse que parecia que o grupo estava a produzir cartões de ATM, e que os suspeitos podem estar envolvidos em lavagem de dinheiro e fraude através de internet. O caso atraiu a atenção aos mais altos níveis do governo queniano enquanto as autoridades investigam se o grupo estaria também envolvido em espionagem.
Ambos os Ministros dos Negócios Estrangeiros e das Comunicações e Tecnologia acompanhavam os trabalhos quarta-feira quando a polícia deteve 40 pessoas. O embaixador chinês foi convidado a comparecer no Ministério dos Negócios Estrangeiros acerca das detenções.
Os 37 suspeitos detidos no domingo foram acusados de operar ilegalmente uma estação de rádio. Muitos detidos nem sequer falam inglês e alguns deles não possuem documentos de identificação tais como passaportes, disse o detective da polícia, Nicholas Kisavi.
Uma mulher na Embaixada da China no Quénia disse a jornalistas da agência noticiosa AP quinta-feira para aparecerem de novo sexta-feira para falar com o porta-voz da embaixada.
Fred Matiangl, oficial do Ministério da Informação, Comunicações e Tecnologia, disse ao Daily Nation que a China prometeu enviar uma equipa de investigadores ao Quénia para trabalhar no caso.
Times/bm/sg
AIM – 05.12.2014